No mês de maio, em que se comemora o martírio de Santa Joana d´Arc, tive um nova oportunidade de "casualmente" rever o desastrado, mentiroso, filme de Luc Besson, no canal Universal, ontem, as 22 horas. Sem exageros possa afirmar que este filme, pelas distorções, alterações, má intenções, chega a ter nuances diabólicos em relação à missão e memória de Joana. Nada, nem mesmo licença poética, criatividade, releitura, justifica as alternações históricas feitas maliciosamente pelo diretor, que é mais traidor da França do que o fora os borgonheses, já que este é um indigno francês.
A vida de Joana d´Arc por certo oferece material de sobra, por causa de suas visões, para que muitos a considerem histérica, neurastênica, enfim uma louca varrida. E muitos são os psicólogos, psiquiatra que pensam assim. Mas Besson foi muito mais longe. Alem de louca, para ele Joana é vingativa, cruel, egoísta e mentirosa. E para apresentar a donzela desta forma, inventa a morte de sua irmã mais velha por um soldado inglês. para criar o motivo da missão guerreira de Joana. Uma banal vingança.Caluniando os próprios ingleses, que nunca chegara a invadir a aldeia de Joana, E inventando um assassinato que nunca houve, já que a irmã de Joana morreu de morte natural ou das consequências de um parto. Inventa para ela, talvez para dar um papel de maior destaque a Dustin Hoffman , uma espécie de alter- ego, consciência ou seja la o que for, que o povo em sua percepção, identificou com acerto como o diabo. Este é o porta voz do próprio diretor. Do que ele pensa sobre Joana. O mesmo homem de preto aparece sempre pra ela questionando sua missão, sua fé.As vezes é uma criança. outras vezes dar a entender que é Jesus, a quem Joana faz sofrer por atribuir a ele sua missão guerreira.Esquecendo aliás, que Jesus, que tanto falou de amor, nunca questionou o seu Pai, por haver este mandando os judeus tomarem à força a terra de Canaã para eles. Chega ao ponto de dizer que Joana tinha prazer em matar. Faz ela reviver cenas em que se delicia numa com a morte de um inimigo. Tudo isto para desmenti-la porque ela disse no processo que nunca matara ninguém. E o disse com naturalidade quando perguntara se ela amava mais o estandarte do que a espada e a Donzela responde que amava muito mais ao estandarte. A cena chega ao ridículo quando um dos juízes pergunta o motivo e a Joana do filme diz: porque a espada é uma arma. Bingo! Luc Besson descobriu que Joana sabia que a espada era uma arma. E esquece que ela, a verdadeira, no processo afirmou que queria sim, que suas as armas fossem bem afortunadas e que se fosse libertada, logo estaria novamente armada para lutar pela França. Também faz esta falsa Joana, neurótica, visivelmente desequilibrada, (Aliás em todo o filme ela a única maluca entre todos) dizer que nunca aceitou que a paz poderia ser trazida matando as pessoas, ao que o homem abutre diz: Concordo. Mas depois relembra que ela disse que a paz com a Borgonha só seria conquistada na ponta da lança. E esquece que a verdadeira Joana disse que primeiro pedia que se fizesse a paz e só quando não se fazia a paz era que estava pronta para o combate. Que se os ingleses queriam de verdade a paz, bastava deixar a França e voltar para o país deles. Chega ao ponto de dizer que Joana matava as pessoas na guerra porque estas mereciam e silencia, de que os ingleses também matavam os franceses...será que era porque estes tombem mereciam. E numa guerra qual o objetivo, se não viver o maior tempo possível, para deixar mais baixas no lado inimigo a fim de conseguir vence-lo? Até parece que o diretor pensa que Joana armou-se e foi contra o inglês que estavam em paz na França, felizes e cantando quando chegou esta louca matando todo mundo, tomando os seus bens e disposta a conquistar até a Inglaterra. Quando a historia nos diz, que eles, os ingleses, foram os que deixaram o pais deles para matar, conquistar e trazer a violência para um outro reino só porque o rei deles queria ser rei também da França. Muito inglês este Luc Besson! Péssimo francês! E contrariando o pensamento do abutre de Dustin Hoffman, que aparece no filme, a paz se fez sim pela guerra. Se não fosse as vitórias de Joana e o avanço dos franceses sobre os territórios tomados, os ingleses nunca teriam deixando a França. Esta esta foi a única guerra que terminou sem um tratado de paz. Simplesmente quando os ingleses perderam tudo na França desistiram de toma-la de novo. Embora seus monarcas, ainda no tempo de Henrique VIII se referissem a si mesmos como Reis da França e da Inglaterra. título este renunciado por Elizabethe I quando se referiu apenas como rainha de todos os britânicos.
Outro fato mentiroso, é encontro da espada de Joana, já que o diretor mentiroso apresenta uma espada encontrada no campo, é com esta espada com o inglês mata a irmã desta falsa Joana no filme. Em todos os documentos, nos processo, nas cronicas, se diz sempre que a espada de Joana foi retirada da igreja de Santa Catarina a pedido dela, em uma carta que escreveu para os padres, onde estava enterrada debaixo do altar. Mas Besson, sem duvida sabia disto. Mas seu intento é enganar, deturpar, destruir.
Outra mentira é que em todo o julgamento Joana está de vestido quando ficou com roupas de homem ate ser enganada com a falsa promessa de liberdade. Alias, é este o único ponto em que Besson faz justiça à Donzela. O bispo promete a Joana liberdade e que esta vai ouvir a missa e então ela concorda a assinar um papel que na verdade é uma abjuração. E ela sem saber o que é pensando em ficar livre assina. Os outros filmes mostram Joana negando consciente suas vozes e depois se arrependendo.O que nunca ocorreu. Mas mesmo neste ponto Besson distorce os fatos. Joana tem suas roupas de mulher rasgadas por guerreiros ingleses. Outra mentira é que a donzela pediu muito para confessar-se e Cauchon sempre nega. Joana foi sim ouvida em confissão por frei Isambard de La Pierre no antes de morrer. E não pela personagem fabricado que nem padre era. Este um fruto da mente maliciosa do diretor, de sua imaginação, talvez a única personagem sadia, já que mostra, segundo ele a verdadeira Joana. A louca. A cruel, a Egoísta... e não a santa, a enviada, a heroína. Realmente o filme todo só tem um objetivo destruir a imagem da Joana por completo. Se em efeitos especiais, em tecnologia cinematográfica é bom ,em conteúdo e fidelidade histórica, está abaixo do péssimo.. Quem quiser comprovar as grandes mentiras do filme, basta consultar a bibliografia apresentada abaixo.
O Processo de Joana d´Arc, Sabastião Meirelles Teixeira, Redeel, 1996
Os grandes julgamentos da Historia, O Processo de Joana d´Arc
Joana d´Arc uma biografia, Planeta, 2009.
Que a memória de nossa grande heroína possa ser calcada em seu devido lugar e que seja desmascarada a farsa deste filme que é só mentira, desprezo pela memória daqueles, que lutam sim e lutam por grandes ideais. daqueles que lutam por um grande ideal. A França deve lamentar e muito ser a pátria deste Luc Besson pois esta nação é o que é hoje por causa da verdadeira Joana d´Arc e não da Joana d´Arc da modelo atriz Milla Jovovich que como atriz não é lá essas coisas.
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