Hoje, dia em que o Brasil celebra a sua padroeira, honrando na imagem aparecida, a sua Imaculada Conceição, reflitamos sobre o mistério desta grandiosa graça concedida à mãe do Filho de Deus. Todos nascemos sob a mancha do pecado original que se propagou por todo genro humano, fruto da desobediência de nossos primeiro pais. Por causa do pecado necessitávamos de um salvador imaculado e separado dos pecadores.Hb. 7,26. Este salvador, puro e sem nenhuma mancha é Nosso Senhor Jesus Cristo homem. Mas crer a Igreja, que aquela associada de modo mais próximo possível, ao Filho único de Deus feito homem, é também ela Imaculada, livre da mancha do pecado original. No entanto grandes santos, dentre eles São Bernardo e Santo tomás de Aquino, não aceitavam esta piedosa crença, que em 1854 foi definida como dogma e que até hoje escandaliza protestantes e deixa confusos e divididos os cristãos orientais em cisma com Roma. Os últimos não admitem que esta crença seja definida como dogma. Pode até ser admitida livremente como piedosa crença; os ditos ortodoxos não aceitam dogmas marianos.
Admiro-me,e porque uma grande santo como São Bernardo, ele mesmo fervoroso devoto de Maria, que escreveu ao final da oração Salve Rainha a invocação "Ó clemente, o piedosa, ó doce, sempre Virgem Maria" não a tenha aceitado. Provavelmente não era desconhecido a ele e nem a Santo Tomás de Aquino, a possibilidade de Maria haver sido preservada do pecado. Pois a Deus tudo é possível. Mas a forma como a Imaculada Conceição era defendida e cultuada pelo povo , colocava a Virgem acima dos redimidos e fazia como que ela fosse a causa de Jesus haver nascido sem pecado. De certa forma a deixava de fora da Redenção. E Jesus é veio para salvar a todos. A carta do apóstolo aos romanos também é definitiva neste assunto: "Todos pecaram e estão privados da glória de Deus."Rm. 3,23. Não conhece exceção. Era dito que Jesus não poderia ser o santo e imaculado sem nascer de uma mulher sem mancha, sem pecado. Sabemos que Jesus, sendo concebido pelo Espírito Santo, mesmo que nascesse de uma mulher nascida sob o pecado, nasceria sem a mancha do pecado original, porque o Espírito Santo, só realiza criação santa e pura. Jesus não veio da semente do homem. E assim que anjo justifica a concepção Virgem, por Maria, de Jesus.Lc 1, 35. Por este motivo muitos teólogos resistiram a admitir a Imaculada conceição da Virgem. Se esta precisava não ter a mancha do pecado original, seus pais e ancestrais também deveriam ter nascidos da mesma forma, a fim de não atingir Jesus. Era preciso encontrar uma forma de fazer Maria ser Imaculada sem deixar de ser redimida, salva por Cristo. E para adequar estas crença ao deposito da fé, que diz expressamente que todos foram salvos pro Cristo, é que entra a questão do débito do pecado. Jesus ao entrar no mundo jamais poderia ser dever a uma outra pessoa a sua santidade. Nem mesmo de à sua mãe. Então a justificativa de que Maria deveria ser imaculada para que Jesus o fosse, até com citação bíblica de que o puro não nasce do impuro, não se aplica a este caso, porque Jesus quebrou a corrente de gerações por homens, tendo sido concebido pelo Puro, o Santo, a Santidade de Deus o Espírito Santo, que o fez ser gerado em Maria.
Mas os merecimentos de Cristo e sua futura paixão poderia sim, pagar o debito ou a divida do pecado original, para que uma criatura humana tanto quanto nós, já nascesse revestida da graça santificante; que Deus derramou sobre nós unicamente por meio de Cristo, como está na carta aos Éfesios, 1, 6-7. Mas este aspecto que focava a redenção de Maria, não era anunciado no culto à Imaculada Conceição e o povo geralmente o desconhece; por isto a rejeição de que Maria fora concebida sem pecado por muitos teólogos medievais e sua rejeição por outras correntes cristãs, protestantes e ortodoxos.
Havia tal necessidade de Maria receber o fruto da Redenção desde o primeiro instante de sua existência? Se afirmarmos que era necessário para que Jesus fosse imaculado e santo, estaremos compreendendo errado o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Pela explicação já mostrada acima, Jesus é o separado dos pecadores, santo e imaculado por merecimento próprio e não deve a nenhuma criatura a sua santidade singular; Mas se entendermos que era necessário para a própria Maria de Nazaré, ser a A cheia da Graça santificante, desde o inicio, ser ela mesma amparada por Deus, a fim de não sucumbir ao pecado, levada pela soberba ou pelo temor, ao saber-se mãe do Filho de Deus, e para que ela fosse uma digna mãe de Deus, então sim, era necessário que Deus a redimisse antes dela contrair o pecado, pela mesma graça, que todos recebemos do Filho e pelo Filho. Nenhuma mancha MORAL poderia existir entre Maria em Jesus. Em simples palavras, nenhum padre ou pastor poderá sentir-se a vontade em dizer em uma homilia ou pregação: Jesus, meu Salvador, o filho DAQUELA PECADORA de Nazaré; ou Jesus, o Filho da pecadora, me salvou..."Já ouvi evangélicos chamarem Maria de pecadora igual a todos nós. Mas não ouvi nenhum chamar a Jesus de "o filho da pecadora. e creio sinceramente, que eles, mesmo que o chamem assim, não se sentirão a vontade com esta expressão. Pois de certa forma afirmar que Jesus é o Filho de Maria e ao mesmo tempo dizer que Maria é uma pecadora, atinge moralmente a própria pessoa do Filho de Deus. Como foi dito, Maria foi criada, concebida por Deus, para ser UMA DIGNA mãe de seu filho. Uma casa feita toda de ouro e diamantes para abrigar um poderoso rei , ou uma serva adornada da mais preciosa jóias dadas a ela gratuitamente, não pode se julgar merecedora de receber o rei, pois nada possui de si mesma. Mas ninguém pode negar que esta casa ou pessoa, é uma digna casa para o rei ou uma serva que está a sua altura, pois ele a fez assim, por causa de sua própria dignidade. Por isso Maria foi preservada do pecado. Primeiramente, para ser a escrava do Senhor e a mais devedora de todas as criaturas a Ele mesmo;"Olhou para o nada de sua Serva." Lc 1, 48.; depois para ser uma digna mãe de Deus, "O Senhor fez POR MIM GRANDES COISAS" Lc 1,49. de forma que nenhuma mancha moral atingisse indiretamente o filho, atreves da mãe.
Evidenciando a força da redenção de Cristo, que está álem do tempo, pois que Jesus morreu também por todos os que nasceram antes dele, a Imaculada Conceição de Maria não está em contradição com a Bíblia, quando esta afirma que Jesus é o Salvador de Todos, inclusive e primeiramente de Maria. Devemos sempre que nos referirmos à Conceição, fruto de uma relação normal entre os pais deles, nunca esquecer de afirmar, que ela, tal como todos, recebeu unicamente por Cristo, a Graça que a fez a Santa, a sem pecado.
Que o Brasil, que tem como protetora a Virgem redimida, desde o primeiro momento de sua existência, possa cada vez mais recusar o pecado e submeter-se à seu exemplo a vontade de Deus, dizendo: Eis aqui a nação que é serva do Senhor e que também quer que seja feita, agora, já, neste momento, a sua vontade.
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