Por que nós, os católicos, cultuamos
Maria, a mãe de Jesus? Porque aceitamos e cremos que ela é a Favorecida por
Deus, como nenhuma outra criatura, redimida por Cristo. Lucas 1,28. Cremos que
ela é a Serva do Senhor. Lucas 1, 38.
Cremos que é a Mãe do Senhor Jesus Cristo, verdadeiro homem concebido dela e
nela, pelo poder do Espírito Santo. Lucas 1,31.35; Lc. 2, 21. Cremos que só ela
é a Bendita acima de todas as mulheres que existiram, existem e existirão. Lc.
1,45. E também porque acreditamos que não
é discípulo amado por Jesus, quem não aceita Maria como sua mãe, entregue por
Jesus do alto da cruz, ao discípulo amado, que a acolheu entre o que este tinha
de mais querido. João 19,25-27. E porque obedecemos ao que Deus fez Maria proclamar.
“Que todas as gerações haveriam de proclamá-la Bem-aventurada porque o Senhor
fez grandes coisas por Ela”. Lucas 1,48.
Quem se escandaliza com o culto católico
prestado a Maria, não crer que Jesus é tão filho dela quanto nós o somos de nossas
mães. Não adoram o mesmo Jesus que nasceu de Maria, mas apenas o Jesus Deus, pré-existente,
eterno, meu salvador pessoal, que segundo estes, não têm e nem pode ter mãe.
Cometem o mesmo erro dos conhecidos de Nazaré, que se escandalizaram de Jesus e
se admiraram de sua sabedoria, por saber que ele, era o Filho de Maria, a
simples dona de casa de Nazaré. (Marcos 6, 3). Fazem como os judeus, que recusavam crer em Jesus
porque conheciam o pai e a mãe dele. (Jo. 6,42.) Nós adoramos o Jesus feito de
Maria, (Gálatas 4,4) concebido no ventre
de Maria, nascido de Maria, da carne de
sua carne e ossos de seus ossos, muito mais do que foi Eva para Adão. Sem Maria,
o mistério da encarnação seria uma farsa. Sem uma mãe verdadeira, Jesus não seria
o filho do Homem. Não teria parte com a carne e o sangue de nossa natureza humana.
(Hebreus 2,14) Por certo Deus poderia
ter formado o corpo de Jesus do nada. Porem se assim o houvesse feito, ele não
estaria ligado à humanidade. Seria uma recriação do homem e ele não seria o primogênito
de muitos irmãos. Maria é a garantia de que o Verbo realmente se fez carne e habitou
entre nós. (João 1,14)
Os textos em que Jesus parece recusar a
maternidade de sua mãe (Mat. 12, 48-49;
Mc 3, 33-35; Lucas 8,19-21) devem ser lidos à luz de Lucas capítulos 1 e 2 e
não o inverso. Quando Jesus diz Minha mãe e meus irmãos são os que ouvem a palavra
de Deus e a praticam, está agindo como profeta. Está cumprindo o primeiro mandamento:
Amar a Deus acima de todas as coisas, de todo o seu coração de toda a sua alma
e de toda sua vontade. (Mateus 22,37) E perante o amor a Deus, o amor até mesmo
à própria mãe deve vir depois. Observem que Jesus não indica a sua pessoa, mas o Pai, mesmo quando afirma que sua mãe são os que
ouvem e praticam a palavra de Deus, ou
que são bem-aventurados os que praticam a vontade de Deus. Ele confronta Maria
com Deus Pai. Com o seu Pai que é Deus. Mostra que devemos colocar o amor a Deus
acima do amor aos nossos pais. Jesus não rejeita ser filho de Maria, apenas coloca
Deus acima do amor filial por sua mãe. E indiretamente, convida sua própria mãe
a amar a Deus mais do ao seu próprio Filho. Se Jesus agiu assim é porque sabia
que sua mãe não ficaria magoada. Novamente
ela guardaria suas palavras tirando conclusões em seu coração. (Lucas, 2,51)
Porque ela mesma se declarou a Escrava de Deus e deste modo está muito mais
unida a Jesus por seu amor Deus Pai, do que por sua maternidade carnal.
Maria concebeu Jesus pela fé e por isto
foi declarada pelo Espírito Santo, através de Isabel, a Bem-aventurada porque acreditou,
que seriam realizadas as coisas que lhe foram ditas pelo Senhor. (Lucas 1,45). O culto a Maria nada mais é do que a expressão
publica desta certeza. Maria é verdadeiramente a mãe de Jesus, a Mãe dos que
são amados por Jesus e a Serva maior de
Deus.
Francisco
Silva de Castro
Na
Festa da Expectação do parto de Nossa Senhora.
18
de dezembro de 2012
Nenhum comentário:
Postar um comentário