segunda-feira, 4 de março de 2013

LEIGOS E CELIBATARIOS

 
São Casimiro 1458 - 1484

             Em nossa época celibato e sacerdócio são vinculados. Um não pode haver sem  o outro. De modo que para o povo, um homem que não se casa e não quis ser padre deve ter algo errado com ele. No mínimo é um solteirão. Voto de castidade até é compreensível em uma mulher, mas para o homem parece estranho. Principalmente nesta época voltada para o sexo de forma irrestrita. No entanto nem sempre foi assim. Na verdade o celibato por amor ao Reino dos céus surgiu desligado da vocação ao sacerdócio. Na Igreja antiga muitos  padres eram casados. Foi com o eremitas e os futuros monges que o celibato começou a se impor como forma de sinal da entrega total a Deus. Santo Antão, São Bento e muitos outros não eram no inicio nem religiosos. Mas homens que assumiram o celibato e se retiraram do mundo para ser vir a Deus e cuidar das coisas e do modo de se interessar apenas pelo Senhor, como explica são Paulo no que se refere à razão do celibato.
         Mas além dos religiosos houve alguns homens leigos que assumiram o celibato de forma privada. Continuando vivendo em suas famílias e no mundo. Já no final da Idade Média temos um príncipe polonês, cuja memória inscrita no calendário litúrgico católico é celebrada no dia 04 de março. São Casimiro, jovem príncipe que faleceu aos 25 anos. Herdeiro do trono da Hungria e  príncipe da Lituânia, tinha tudo para não assumir o celibato. Foi aconselhado ate mesmo a se casar porque como príncipe deveria ter descendência. Mas preferiu permanecer fiel ao seu voto de castidade. Tendo contraído a tuberculose, em sua época acreditava-se que como casamento poderia ficar curado. Mesmo assim ele preferiu ficar solteiro. E alem dele, em época mais recente temos o medico santo, São José Moscatti, O Beato Contardo Ferrini, O venerável Matt  Talbot, irlandês, que voluntariamente fizeram voto de castidade em particular. São exemplos raros, mas que marcam a vida de um fiel leigo e infelizmente testemunho desconhecido. Eles nem, se quer participaram de um Instituo Secular. Viveram o celibato sem status. Sem ter em vista um poder dentro da Igreja como padres ou a visibilidade dos  religiosos. Compreenderam bem  o conselho Paulino que diz que aquele que foi chamado a servir a Deus estando solteiro faria bem em permanecer solteiro.
         Em nossa época a Igreja aceita a consagração no celibato em um Instituo Secular. Pouco divulgado, desconhecido e até mesmo incompreendido. Não é estranho que quase 100% dos Institutos seculares sejam femininos. Ate mesmo para certas autoridades da Igreja se não quis casar porque não foi ser padre? Mas  o celibato por amor ao Reino dos Céus não está necessariamente vinculado ao sacerdócio, embora seja conveniente a quem deve ser ministro de Deus, que  deixe tudo para segui-lo. No entanto, também aquele que o quer seguir de forma diferente, no silencio de sua vida oculta, sem atrair para si os olhares do mundo, tendo uma vida comum como outro leigo, poderá fazê-lo. Um Instituto secular serve como uma grande ajuda para se ter uma orientação espiritual, esta vinculada a uma espiritualidade e a uma instituição reconhecida pela Igreja. Se fizermos tudo com conselho e amparado pelas orações dos irmãos da mesma vocação, fica mais difícil nos enchermos de orgulho ou desanimo  e cair por causa da solidão e dos apelos do mundo. Porem a vocação ao celibato antecede mesmo ao ingresso a um Instituo Secular, Nasce do nosso amor absoluto a Deus e do desejo de servi-l0 de corpo e alma.
Prof. Francisco Castro

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