São Casimiro 1458 - 1484
Em
nossa época celibato e sacerdócio são vinculados. Um não pode haver sem o
outro. De modo que para o povo, um homem que não se casa e não quis ser padre
deve ter algo errado com ele. No mínimo é um solteirão. Voto de castidade até é
compreensível em uma mulher, mas para o homem parece estranho. Principalmente
nesta época voltada para o sexo de forma irrestrita. No entanto nem sempre foi
assim. Na verdade o celibato por amor ao Reino dos céus surgiu desligado da
vocação ao sacerdócio. Na Igreja antiga muitos padres eram casados. Foi com o eremitas e os
futuros monges que o celibato começou a se impor como forma de sinal da entrega
total a Deus. Santo Antão, São Bento e muitos outros não eram no inicio nem
religiosos. Mas homens que assumiram o celibato e se retiraram do mundo para
ser vir a Deus e cuidar das coisas e do modo de se interessar apenas pelo
Senhor, como explica são Paulo no que se refere à razão do celibato.
Mas além dos religiosos houve alguns
homens leigos que assumiram o celibato de forma privada. Continuando vivendo em
suas famílias e no mundo. Já no final da Idade Média temos um príncipe polonês,
cuja memória inscrita no calendário litúrgico católico é celebrada no dia 04 de
março. São Casimiro, jovem príncipe que faleceu aos 25 anos. Herdeiro do trono da
Hungria e príncipe da Lituânia, tinha tudo para não assumir o celibato.
Foi aconselhado ate mesmo a se casar porque como príncipe deveria ter descendência.
Mas preferiu permanecer fiel ao seu voto de castidade. Tendo contraído a
tuberculose, em sua época acreditava-se que como casamento poderia ficar
curado. Mesmo assim ele preferiu ficar solteiro. E alem dele, em época mais
recente temos o medico santo, São José Moscatti, O Beato Contardo Ferrini, O venerável
Matt Talbot, irlandês, que voluntariamente
fizeram voto de castidade em particular. São exemplos raros, mas que marcam a
vida de um fiel leigo e infelizmente testemunho desconhecido. Eles nem, se quer
participaram de um Instituo Secular. Viveram o celibato sem status. Sem ter em
vista um poder dentro da Igreja como padres ou a visibilidade dos religiosos. Compreenderam bem o conselho
Paulino que diz que aquele que foi chamado a servir a Deus estando solteiro
faria bem em permanecer solteiro.
Em nossa época a Igreja aceita a
consagração no celibato em um Instituo Secular. Pouco divulgado, desconhecido e
até mesmo incompreendido. Não é estranho que quase 100% dos Institutos seculares
sejam femininos. Ate mesmo para certas autoridades da Igreja se não quis casar
porque não foi ser padre? Mas o celibato por amor ao Reino dos Céus não
está necessariamente vinculado ao sacerdócio, embora seja conveniente a quem
deve ser ministro de Deus, que deixe tudo para segui-lo. No entanto, também
aquele que o quer seguir de forma diferente, no silencio de sua vida oculta,
sem atrair para si os olhares do mundo, tendo uma vida comum como outro leigo, poderá
fazê-lo. Um Instituto secular serve como uma grande ajuda para se ter uma orientação
espiritual, esta vinculada a uma espiritualidade e a uma instituição
reconhecida pela Igreja. Se fizermos tudo com conselho e amparado pelas orações
dos irmãos da mesma vocação, fica mais difícil nos enchermos de orgulho ou
desanimo e cair por causa da solidão e
dos apelos do mundo. Porem a vocação ao celibato antecede mesmo ao ingresso a
um Instituo Secular, Nasce do nosso amor absoluto a Deus e do desejo de
servi-l0 de corpo e alma.
Prof.
Francisco Castro
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