Esta pintura retrata o Juízo
final. Após a ressurreição dos mortos. À direita de Cristo estão os salvos
conduzidos pelos anjos ao céu. E à esquerda estão os perdidos sendo arrastados
por demônios ao inferno. Percebe-se que estes não querem ir para a condenação eterna.
Dar a entender que até talvez implorem para não ir ao inferno. Os demônios são
apresentados com carcereiros que os conduzem a uma prisão sob o olhar
indiferente de Cristo e dos eleitos. A cena revela uma tremendo desespero por
parte destas pessoas e uma incontida satisfação dos demônios.
Perante tão compreensão do inferno como um castigo irrevogável,
uma condenação sem direito a nenhuma apelação não é estranho que a mentalidade
moderna o rejeite como uma verdadeira crueldade divina. Mesmo que em muitas passagens
das Sagradas Escrituras o inferno seja mostrado como uma condenação jurídica
após um julgamento processual, (Mt. 25,34-41) há muitas outras em que este é apresentado
como consequência de uma vida má e não como condenação. E o julgamento nada
mais do que uma separação definitiva entre bons e maus. Entre o que não presta e
o que presta. E assim que Jesus afirma nas parábolas sobre o Reino de Deus. .(Mt.
13,47-50;Mc. 4,26-29;) Por certo um suspiro
ou olhar, de um condenado para Deus o faria livrar-se automaticamente do inferno.
A questão é que estas pessoas estão de tal forma corrompidas, que odeiam a Deus
e não suportam a luz divina. São elas mesmas que se precipitam voluntariamente
no inferno. Onde já estão sendo atormentados os demônios. Estes não foram
criados por Deus para punir os pecadores. Eles manifestam que o pecado é universal
porque atinge seres humanos e espirituais. Embora, a vista e companhia dos demônios aumente as
penas dos condenados.
De forma que a pintura seria real se mostrasse os que estão a esquerda de Cristo se
precipitando no abismo horrorizados com a presença de Cristo e dos eleitos.
Porque eles não suportam a Luz como os vampiros que não suportam o Sol. Para
eles só há uma alternativa de continuar existindo. Aparta-se da presença gloriosa
de Deus e cair nas trevas porque amaram mais as trevas do que a luz. E Deus ao permitir
que sejam o que se tornaram manifesta sua misericórdia e perfeição. Misericórdia porque não os destrói,
mas respeita a natureza e que eles escolheram
e os permite continuar na existência. E perfeição porque se os destruísse
indicaria que ha via errado ao concede-lhes o Livre arbítrio que os fez escolherem
a si mesmos e seu amor ao pecado não a Deus. Por deixa-los ser o que se tornaram
Deus revela que o Livre arbítrio não foi
um erro mas um reflexo de sua soberana e perfeita liberdade ao ponto se ser possível
ate mesmo a uma criatura dizer não a Ele. Concluindo o inferno é consequência e não condenação.
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