Se pensarmos bem, Nossa Senhora da Conceição foi
sempre rainha e padroeira do Brasil, da Terra de Vera Cruz, muito antes ainda
de 1904 e 1930, e até mesmo antes da sua miraculosa aparição em 1717 no rio
Paraíba. No dia 25 de Março de 1646, quando D. João IV proclamou solenemente
Nossa Senhora da Conceição como rainha e padroeira de Portugal, as terras
brasileiras eram também parte do Reino de Portugal, com efeito, e tal como
outros territórios espalhados pelo mundo, foram igualmente contempladas nessa
aclamação. A partir dessa data, os monarcas portugueses nunca mais usaram coroa
real, como sinal de humildade e obediência para com aquela que consideravam a
verdadeira soberana do Reino de Portugal.
Com a definição dogmática decretada por Pio IX, em
1854, e as aparições de Lourdes, em 1858, a devoção à Nossa Senhora da
Conceição, mais do que substituída ou piedosamente confundida, foi sendo
gradualmente assimilada pela devoção à Imaculada Conceição de Nossa Senhora.
Enquanto a primeira se refere à concepção do Menino Jesus por ação do Espírito
Santo, a segunda diz respeito à concepção da própria Virgem Maria sem pecado
original. No ventre de Santa Ana, numa relação normal com São Joaquim seu
marido. (Por isso Maria embora não herdasse o pecado original, tinha o débito
do pecado, por ser de natureza humana decaída e por isso necessitava que alguém
o pagasse por ela. No caso Cristo, o seu Filho. ) Apesar de serem conceitos
distintos, não são antagônicos, aliás complementam-se, uma vez que Maria foi
concebida sem a mínima mancha de pecado, ou seja Imaculada, para ser uma digna mãe de Deus. Já que a própria pureza não habitaria
num vaso impuro e não seria conveniente que o próprio Filho de Deus tivesse como
mãe uma pessoa que só por uns segundo fosse a Filha da Ira divina.
Atualmente, a Nossa Senhora da Imaculada Conceição é
considerada a padroeira não só de Portugal, mas de toda a lusofonia espalhada
pelo mundo. Como a Nossa Senhora da Conceição do rio Paraíba apareceu muito
antes da independência do Brasil, também se justifica que a sua devoção se
estenda, no mínimo, a todo o espaço geográfico correspondente à cultura de língua
portuguesa, por razões de pertença histórica e de proximidade religiosa e
cultural.
BASEADO NUM TEXTO DO SITE O DOGMA DA FÉ
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