“Subjetivismo é introduzir a liberdade na inteligência, quando pelo
contrário, a nobreza desta consiste em submeter-se ao objeto, consiste
na acomodação ou conformidade do pensamento com o objeto conhecido. A
inteligência funciona como uma câmara fotográfica, deve reproduzir
exatamente as características perceptíveis do real. A sua perfeição
consiste na fidelidade ao real. Por este motivo a verdade define-se como
a adequação da inteligência com a coisa. A verdade é esta qualidade do
pensamento, de estar de acordo com a coisa, com o que é. Não é a
inteligência que cria as coisas, mas as coisas que se impõem à
inteligência tal como são. Consequentemente, a verdade de uma afirmação
depende do que ela é, é algo de objetivo; e aquele que procura a verdade
deve renunciar-se a si, renunciar a uma construção do seu espírito,
renunciar a inventar a verdade.
Pelo contrário, no subjetivismo, é a razão que constrói a verdade:
deparamo-nos com a submissão do objeto ao sujeito. Este passa a ser o
centro de todas as coisas. As coisas não são mais o que são, mas o que
se pensa delas. O homem passa a dispor da verdade conforme a sua
vontade: a este erro chama-se idealismo no plano filosófico, e
liberalismo no plano moral, político e religioso. Como consequência, a
verdade será diferente conforme os indivíduos e os grupos sociais. A
verdade torna-se necessariamente compartilhada. Ninguém pode pretender
tê-la exclusivamente na sua integridade; ela faz-se e procura-se sem
descanso. Pode ver-se o quanto isto é contrário a Nosso Senhor Jesus
Cristo e à sua Igreja.”
(Mons. Marcel Lefebvre, Do Liberalismo à Apostasia: A Tragédia Conciliar)
Publicado no blog: http://speminaliumnunquam.blogspot.com/2017/09/subjetivismo.html
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