A rejeição dos protestantes ao culto publico e geral a Virgem Maria dado pelos católicos, é explicado por estes, como sendo na verdade uma adoração de Maria. Mesmo que estes também reconheçam que Maria nunca foi apresentada como uma deusa pela Igreja Católica. No entanto, para eles a virgem Maria ocupa no catolicismo um lugar que é devido apenas a Jesus Cristo. Papas, padres e teólogos, bem como pessoas esclarecidas, inúmeras vezes já explicaram que na Igreja Católica não se adora Maria. Venera-se a esta, porque é a mãe de Jesus, que é Deus. Para os protestantes, porem, ter imagens de Maria, rezar a elas, ajoelhar-se perante suas imagens e conduzi-las em procissões é o mesmo que adorar; Mesmo que estes também se recusem a fazer isto para com imagens que representem o próprio Jesus. Que deve ser adorado. E a quem eles adoram porque é o homem Deus.
De certa forma as inúmeras devoções e títulos da Virgem Maria, certas expressões escritas a seu respeito, como medianeira de todas as graças, a mais perfeita das criaturas, indicam que a pessoa dela é focalizada como central, e que Jesus parece ficar em segundo plano. Num papel secundário. A pessoa de Jesus, homem, aparece menos na religiosidade popular, do que a pessoa da Virgem Maria. Mesmo que o povo saiba que o Filho é maior do que a mãe. Até muitos padres percebem isto, mas em respeito a devoção do povo procuram amenizar certos exageros. Depois do Concilio Vaticano II a Devoção a Santíssima Virgem ficou mais bíblica, mas centrada na Escritura e na tradição apostólica do que em aparições e títulos de varias imagens que a representam.
O meio mais útil e certo de não se ter uma falsa devoção a Bendita mãe de Jesus é não esquecer a santa humanidade de Cristo, porque em virtude desta humanidade, recebida de Maria, é que Cristo é verdadeiro homem. E homem completo. Não é humano só porque tem um corpo humano. Para ele também foi criada uma alma com vontade, consciência humana e com compreensão humana, e que esteve sujeita a um desenvolvimento humano normal. Diante de Deus Pai, a natureza humana do verbo é a mais perfeita obra da Trindade. Embora sua alma não tenha formado junto com o corpo, uma pessoa humana, pois a pessoa eterna do Verbo, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, Deus de Deus, assumiu esta natureza de forma absoluta e completa, ou seja, o corpo e alma do de Jesus, foram assumidos desde a concepção, pela segunda Pessoa da Santíssima Trindade, o Filho; por isso Jesus é Deus. As ações humanas de Jesus pertencem ao Verbo, que não foi criado, mas são ações realizadas pelo homem Jesus, que foi criado para encarnar, humanizar, o Verbo eterno. E criado da carne de Maria. Isto explica porque Maria, sendo mãe do homem Jesus, é verdadeira mãe de Deus. Só o mistério da encarnação real de Deus, num homem gerado em uma pessoa humana, Maria, daria a esta mulher que o gerou, a condição de mãe de Deus; mãe do Homem-Deus Jesus. Os protestantes não confessam, mas de alguma maneira repudiam que Jesus Deus tenha tido mãe ou tenha uma mãe. Na teologia protestante parece que Maria gerou apenas o corpo de Jesus. Um corpo que depois de nascido nada mais teve a ver com ela. Um fato provisório em vista do fundamental: A morte na cruz. Alguns, em vista da pré-existência da pessoa do Verbo, chegam ao ponto de dizer que Jesus não foi fecundado de um óvulo de Maria. Passou pelo ventre de Maria já inteiro sem nada receber dela. Esquecendo que a natureza humana de Cristo vem de Maria e por Maria. Que um homem perfeito, completo com todas as faculdades de um homem normal, foi assumido, possuído de forma absoluta, pelo Verbo eterno, no mesmo instante de sua concepção no ventre de Maria.. Por isto, em sua Santa humanidade, é o homem Jesus, a mais perfeita entre todas as criaturas e muito superior a Maria. Porém, em virtude de sua natureza estar eternamente unida ao Verbo, que não é criatura, não é conveniente referir-se a Jesus como criatura. Já que mesmo como homem Ele é Deus verdadeiro, pelo Verbo, que é o sujeito e a consciência de toda a sua natureza humana.
Considerando a Santa humanidade de Cristo, em sua relação com o Pai eterno, se entenderá porque Jesus, refere-se sempre a Deus, como o único Pai dele e age também como servo de Deus. E sabendo de sua natureza divina, pela união desta com o Verbo ou a Palavra, o Filho eterno de Deus, chegamos a perceber a dignidade da mãe deste. De forma que Maria deve sempre está associada a Jesus enquanto verdadeiro homem e Jesus a ela; que por ser homem é realmente seu verdadeiro filho. É isto que não é considerado pelos protestantes. Para estes o Jesus nascido de Maria não parece ser o mesmo que o Filho do Pai. Não parece ser o mesmo a quem eles chamam de Salvador e Senhor, porque é como se este não tivesse mãe e relação filial com Maria. Os católicos já tomam um rumo contrário. Enfatizam tanto a divindade de Jesus- em que ele é apenas Deus- que se esquecem de sua santa humanidade. Ou esta fica em segundo plano; de forma que Maria assume perante Jesus o papel que ele, enquanto homem exerce em nosso favor perante o Pai Eterno. Daí vem a percepção de que Jesus fica num papel secundário em relação a Maria. Toda mediação se dá entre Maria e Jesus, e a mediação de Jesus junto ao Pai é desconhecida ou não é destacada.
Para recuperar o culto à santa humanidade de Cristo, são importantes as devoções a Nosso Senhor que a destacam. Como a devoção à Santa paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, que o mostra oferecendo-se ao Pai pelos nossos pecados e a Devoção ao Seu Sagrado Coração, que manifesta o amor dele ao Pai e para com toda a humanidade; além também da devoção a Jesus Cristo como Rei, ou messias, que por sua morte foi elevado pelo Pai como Rei do Céu e da Terra. Devoções hoje esquecidas ou pouco estimuladas. Outra forma, é assumir uma maneira correta e mais clara de referir-se à Santa Mãe de Jesus. Chama-la de a mais perfeita e santa das criaturas redimidas ou salvas, e não simplesmente como a mais perfeita das criaturas, porque esconde a encarnação do Verbo, do Filho como verdadeiro homem, que foi a maior e mais perfeita criação da Santíssima Trindade. Indica-la preferencialmente como a Intercessora junto ao Mediador e não como a Medianeira de todas as graças, até porque, a graça santificante, a graça da justificação, não veio por meio ela e esta a recebeu no primário instante de sua Conceição, por causa de Cristo, o autor da Graça. E o mais importante: Unir sempre Jesus à Sua mãe. Não separá-los. Contemplar o coração da mãe pelo do filho e coração do filho pelo coração da mãe. Em resumo: Se queres alegrar a mãe, ADORA O FILHO. Se queres AGRADAR O FILHO, imita a mãe.
+Jesus-Maria+
Francisco Silva de Castro
Nenhum comentário:
Postar um comentário