segunda-feira, 19 de março de 2012

FILHO DE DAVI , O JUSTO

Dois aspectos fundamentais destacam a Sagrada Escritura sobre José de Nazaré. Que ele era da família e descendência de Davi, o grande rei de Israel e que era o  Justo. (Mateus 1,19-20; Lucas 1, 27; 2, 4)  A descendência do rei Davi da qual fazia parte José de Nazaré, iria garantir ao messias esperado pelos judeus, ser desta mesma descendência. Por isto Jesus é citado inúmeras vezes pelos santos Evangelhos, como Filho de Davi, ou seja, como descendente desta família. (Cf.Lc 18,38;Mt 9,27;12,23; Marcos 11,10; 2Tm 2,8; Atos 2,30)  As mulheres não transmitiam a descendência aos filhos. Mesmo que Maria também fosse da descendência de Davi, se o esposo dela não o fosse o  filho dela não o seria e desta forma não poderia se apresentar como o Cristo ou messias esperado pelos judeus.
         O outro aspecto é que José é o justo. Para cultura judaica justo significa ser fiel a Deus e ser fiel a Deus é seguir todos os mandamentos da Lei. Em outras palavras José de Nazaré é apresentado com um judeu fiel cumpridor da lei. E ao mesmo temo como um homem temente a Deus. Ele acreditou na inocência de Maria e que sua gravidez era obra de Deus. Mas não se achou no direito de recebê-la como esposa. Por isso quis despedi-la com uma carta de divórcio. Seria tido por todos como um mau caráter, um homem que abandona a esposa e o filho. Mas o que importava é que Maria estaria salva e sua gravidez seria encoberta. Mas para Deus José ser esposo de Maria, não foi por mera coincidência. Era necessário uma VIRGEM  casada para ser a mãe do messias. E só entre os judeus uma mulher poderia permanecer virgem e ser casada ao mesmo tempo. Porque a união matrimonial se dava em duas fases: O compromisso, que  era definitivo e que durava um ano. Neste período os comprometidos não mantinham relações sexuais. E a condução à casa do esposo. Maria fica grávida antes de ser conduzida a casa de seu esposo. Por isto diz o Evangelho de São Mateus: "Antes de se unirem." (Mateus 1, 18) no sentido de viverem juntos. E José não entendendo como se deu a gravidez de Maria, mas acreditando nela se julga indigno de assumir uma paternidade que não é dele. E Deus envia o Anjo que diz: "José não TEMAS receber Maria tua esposa. Realmente ela está grávida por obra do Espírito Santo..." Deus ordena a José que assuma este filho. O receba como se fosse dele. E José obedece e recebe Maria em sua casa. E para frisar ainda mais, a concepção e o nascimento de Jesus de uma VIRGEM, o evangelista esclarece  que embora morando com José, durante toda sua gravidez, Maria permaneceu Virgem; pois o Messias deveria nascer duma mulher sem dano para sua virgindade,  foi desta foram que o evangelista  entendeu o sinal dado pelo profeta Isaías: "Uma Virgem conceberá...Uma virgem dará à luz."(Is 7, 14)
         Muitos pensam que São José teve uma função acidental no mistério da vinda do Filho de Deus. Foi por uma mera coincidência que José, de certa forma entrou na história; como que por  acaso. José o filho de Davi, teve um papel fundamental em relação ao messias. Sem ele, como descendente de Davi, sem que ele fosse tido por VERDADEIRO PAI DE JESUS, ESTE NÃO PODERIA SER O MESSIAS, o esperando pelos os judeus. Pois para estes, era muito mais importante, Jesus ser da família de Davi, do que ser filho de uma Virgem. Socialmente falando, todo o messianismo de Cristo repousa sobre José. O humilde carpinteiro. O silencioso servo do Senhor. Ele é também o primeiro devoto da virgem mãe. A quem ele amou como esposo e tratou como mãe do seu Senhor. Tanto é verdade a mudança das relações entre Maria e José, após o nascimento de Jesus, que o Anjo não se dirige mais a ele como o esposo de Maria ou dizendo, “... toma o menino e tua mulher," "mas toma o menino e mãe dele e foge para o Egito."  (Mateus 2, 13.14.20.21)
         Por meio de José, Jesus é o Filho de Davi. E por causa de José a honra de Maria ficou garantida. Pois todos pensavam que ela e José tinham um filho em comum. Se houvessem anunciado que Jesus fora concebido pelo o Espírito Santo de Maria Virgem, no tempo de sua pregação publica, os judeus teriam dito que Jesus era filho do adultério de sua mãe. Seus inimigos e até os seus apóstolos teriam recusado este messias. Jesus é apresentado por Felipe com o Filho de José de Nazaré. "Encontramos aquele de que fala a lei e os profetas. É Jesus de Nazaré, filho de José" Jo 1,45 Daí a importância de chamarem os parentes de José, ou os filhos dele de um primeiro casamento, de irmãos de Jesus; até porque como todos acreditavam que Jesus era filho de José tanto quanto estes; desta foram o Cristo era da família de Davi como eles. Se Maria houvesse concebido de José outros filhos, teria deixado Jesus fora da descendência davídica, porque o mesmo não seria do SANGUE  de José, mas só dela. Havia a necessidade de José ser tido como pai de Jesus. E creio, que após mesmo a ressurreição de Jesus, os apóstolos não pregavam publicamente a concepção virginal, porém a sua descendência do Rei Davi. Só para os mais próximos, para um circulo de cristãos fieis e mais maduros,  se falaria que Jesus era o Filho de Deus e da Virgem.
         Grande e doce São José, realmente o primeiro entre os santos, na ordem do tempo, porque o primeiro a aceitar Jesus; pois a escritura chama de santos todos os que crêem em Cristo. E José creu em Jesus quando o tinha em seus braços. E tremia de medo e humildade quando o ouvia dizer: Pai. São José, o doce guardião dos segredos de Deus. Agora que contemplas a face que tantas vezes contemplastes na terra como um frágil bebe, como um independente adolescente, (Lucas 2, 43) roga pela Igreja que começou de certa forma em Nazaré, com Jesus e Maria ao teu lado, para que ela também cresça em sabedoria e graça, assim como vias crescer o Filho de Deus.

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