Jesus
Cristo, Nosso Salvador, fundou apenas uma Igreja, não várias, como é desejo dos
hereges. Ele fundou a Igreja Católica Apostólica Romana: "Cabe ao Filho
realizar, na plenitude dos tempos, o plano de salvação de seu Pai. Este é o
motivo de sua missão. O Senhor Jesus iniciou sua Igreja pregando a Boa Nova,
isto é, o advento do Reino de Deus prometido nas Escrituras havia séculos"
(Catecismo da Igreja Católica, 763). Os pastores evangélicos, em geral,
costumam apontar o dedo para o próprio peito dizendo serem eles a
"pedra" sobre a qual Cristo Jesus fundou a Sua Igreja; outros bem
mais "cultos" e "místicos", dizem que a "Igreja"
está dentro do coração, e aquele que "aceitar" Jesus, pertence à
Igreja de Nosso Senhor.
São
Cipriano que não era herege, ambicioso nem enganador diz: "Cristo edifica
a Igreja sobre Pedro. Encarrega-o de apascentar-lhe as ovelhas. A Pedro é
entregue o primado para que seja uma Igreja e uma cátedra de Cristo. Quem
abandona a cátedra de Pedro, sobre a qual foi fundada a Igreja, não pode pensar
em pertencer à Igreja de Cristo" (De un. Eccl. cap. IV), e: "Pedro é
o vértice, o chefe dos Apóstolos" (I Concílio de Nicéia). Por mais que os
hereges gritem, apontem o dedo e mentem, não dá para enganar o católico bem
instruído; só escorregam em suas salivas, aqueles que se dizem católicos e
vivem às margens da Igreja. Quando Jesus Cristo diz: “Tu és Pedro, e sobre esta
pedra edificarei A MINHA IGREJA, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ELA” (Mt 16, 18), a que Igreja se refere? Não é ao Protestantismo ou qualquer
igreja protestante em particular, porque as Igrejas protestantes só começaram a
existir no século XVI.
Refere-se, sem dúvida alguma,
à IGREJA CATÓLICA; é fácil demonstrá-lo.
Logo nos
inícios da Igreja, os seguidores de Cristo foram designados com o nome de
cristãos. Assim podiam distinguir-se dos filósofos pagãos e dos judeus ou
seguidores da sinagoga. Este nome de cristãos como se sabe vem na própria
Bíblia, e tal denominação começou em Antioquia: “Em Antioquia é que foram os
discípulos denominados CRISTÃOS pela primeira vez” (At 11, 26), e: “Então
Agripa disse a Paulo: Por pouco me não persuade a fazer-me CRISTÃO” (At 26,
28), e também: “Se padece como CRISTÃO, não se envergonhe; mas glorifique a
Deus neste nome” (1Pd 4, 16). Aconteceu, porém que, tão logo a Igreja começou a
propagar-se, começaram a aparecer os hereges seguindo doutrinas diversas
daquela que tinha sido recebida dos Apóstolos, tomando também o nome de
cristãos, pois acreditavam em Jesus Cristo e d’Ele se diziam discípulos. Era
preciso, portanto, um novo nome para designar a verdadeira Igreja,
distinguindo-a dos hereges. E desde tempos antiquíssimos, desde os tempos dos
Apóstolos, a Igreja começou a ser designada como IGREJA CATÓLICA, isto é,
UNIVERSAL, a Igreja que está espalhada por toda a parte, para diferençá-la dos
hereges, pertencentes à igrejinhas isoladas que existiam aqui e acolá. Assim é
que já Santo Inácio de Antioquia, - que foi contemporâneo dos Apóstolos, pois
nasceu mais ou menos no ano 35 da era cristã e, segundo Eusébio de Cesaréia no
seu Chrónicon, foi bispo de Antioquia, entre os anos 70 e 107 - nos fala
abertamente da Igreja Católica na sua Epístola aos Esmirnenses: “Onde
comparecer o Bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que, onde estiver Jesus
Cristo, aí está a IGREJA CATÓLICA” (Epístola aos Esmirnenses c 8, 2). Outro
contemporâneo dos Apóstolos foi São Policarpo, bispo de Esmirna; nasceu no ano
69 e foi discípulo de São João Evangelista. Quando São Policarpo recebeu a
palma do martírio, a Igreja de Esmirna escreveu uma carta que é assim
endereçada: “A Igreja de Deus que peregrina em Esmirna à Igreja de Deus que
peregrina em Filomélio e a todas as paróquias da IGREJA SANTA E CATÓLICA em
todo o mundo”. Nessa mesma Epístola se fala de uma oração feita por São
Policarpo, na qual ele “fez menção de todos quantos em sua vida tiveram trato
com ele, pequenos e grandes, ilustres e humildes, e especialmente de toda a
IGREJA CATÓLICA, espalhada por toda a terra” (c. 8). O Fragmento Muratoriano
que é uma lista feita no segundo século, dos livros do Cânon do Novo
Testamento, fala em livros apócrifos que “não podem ser recebidos na IGREJA
CATÓLICA”. São Clemente de Alexandria (também do século segundo) responde à
objeção dos infiéis que perguntam: “Como se pode crer se há tanta divergência
de heresias? A própria verdade nos distrai e cansa, porque outras pessoas
estabelecem vários dogmas.” Depois de mostrar vários sinais pelos quais se
distingue a verdadeira Igreja das heresias, assim conclui São Clemente: “Não só
pela essência, mas também pela opinião, pelo princípio, pela excelência, só há
uma Igreja antiga e é a IGREJA CATÓLICA. Das heresias, umas se chamam pelo nome
de um homem, como as que são chamadas
por Valentino, Marcião e Basílides; outras, pelo lugar donde vieram, como os
Peráticos; outras do povo, como a heresia dos Frígios; outras, de alguma
operação, como os Encratistas; outras, de seus próprios ensinos, como os
Docetas e Hematistas". (Stromata 1.7. c. 15). O mesmo argumento podemos
formular hoje. Há uma só Igreja que vem do princípio: é a IGREJA CATÓLICA. As
seitas protestantes, umas são chamadas pelos nomes dos homens que as fundaram,
ou cujas opiniões seguem, como: Luteranos (de Lutero), Calvinistas (de
Calvino), Zuinglianos (de Zuínglio), etc.
Outras, do lugar donde vieram:
Igreja Livre Evangélica Sueca, Irmão de Plymouth;
Outras, de um povo: Anglicanos
(da Inglaterra), Irmãos Moravos (da Morávia);
No século III, Firmiliano,
bispo de Capadócia, diz assim: “Há uma só esposa de Cristo que é a IGREJA
CATÓLICA” (Ep. De Firmiliano nº 14).
Na história do martírio de São
Piônio (morto em 251) se lê que Polemon o interroga:
— Como és chamado?
— Cristão.
— De que igreja?
— Católica (Ruinart. Acta
martyrum pág. 122 nº 9).
São
Frutuoso, martirizado no ano 259, diz: “É necessário que eu tenha em mente a
IGREJA CATÓLICA, difundida desde o Oriente até o Ocidente” (Ruinart. Acta
martyrum pág 192 nº 3). Lactâncio, convertido ao cristianismo no ano 300, diz:
“Só a IGREJA CATÓLICA é que conserva o verdadeiro culto. Esta é a fonte da
verdade; este o domicílio da fé, o templo de Deus, no qual se alguém não
entrar, do qual se alguém sair, está privado da esperança de vida e salvação
eterna” (Livro 4º cap. III). São Paciano de Barcelona (morto no ano 392)
escreve na epístola a Simprônio: “Como, depois dos Apóstolos, apareceram as
heresias e com nomes diversos procuraram cindir e dilacerar em partes aquela
que é a rainha, a pomba de Deus, não exigia um sobrenome o povo apostólico,
para que se distinguisse a unidade do povo que não se corrompeu pelo erro?... Portanto, entrando por acaso hoje numa
cidade populosa e encontrando marcionistas, apolinarianos, catafrígios,
novacianos e outros deste gênero, que se chamam cristãos, com que sobrenome eu
reconheceria a congregação de meu povo, se não se chamasse CATÓLICA?”
(Epístola a Simprônio nº 3). E mais adiante, na mesma epístola: “Cristão é o
meu nome; CATÓLICO, o sobrenome” (idem nº 4). São Cirilo de Jerusalém (do mesmo
século IV) assim instruiu os catecúmenos “Se algum dia peregrinares pelas
cidades, não indagues simplesmente onde está a casa do Senhor, porque também as
seitas dos ímpios e as heresias querem coonestar (dar aparência de honesta) com
o nome de casa do Senhor às suas espeluncas; nem perguntes simplesmente onde
está a igreja, mas onde está a IGREJA CATÓLICA; este é o NOME PRÓPRIO desta
SANTA MÃE de todos nós, que é também a ESPOSA de NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
(Instrução Catequética c. 18; nº 26).
Santo
Agostinho (do século V) dizia: “Deve ser seguida por nós aquela religião
cristã, a comunhão daquela Igreja que é a CATÓLICA, e CATÓLICA é chamada não só
pelos seus, mas também por todos os seus inimigos” (Verdadeira religião c 7; nº
12). E quando o Concílio de Constantinopla, no ano de 381, colocou no seu
Símbolo estas palavras: “Cremos na Igreja Una, Santa, CATÓLICA e Apostólica”,
isto não constituía novidade alguma, pois já desde tempo antiquíssimo se vinha
recitando no Credo ou Símbolo dos Apóstolos: creio na Santa Igreja CATÓLICA. Vemos,
portanto, na história do Cristianismo, o CONTRASTE EVIDENTE entre aquela Igreja
que veio desde o princípio e logo se espalhou por toda a parte: "Ide,
pois, e ensinai todas as gentes" (Mt 28, 19), e que desde o começo foi
chamada CATÓLICA, segundo o que acabamos de demonstrar, e as heresias que foram
aparecendo no decorrer dos séculos, discordando deste ou daquele ponto,
inventadas por um homem qualquer, mas todas vencidas pela Igreja, pois ou
desapareceram por completo ou ficaram reduzidas em número de adeptos que logo
mergulharam no esquecimento. Chega esta Igreja ao século XVI. Aparece então
Martinho Lutero (monge católico: beberrão, mulherengo, revoltado e caluniador),
pretendendo afirmar que esta Igreja está completamente afogada no erro e é
preciso fazer uma reforma doutrinária. Queremos aqui fazer apenas uma pergunta
ao “inspirado” e “esclarecido” Lutero: “Como é que Cristo deixou durante tantos
séculos a sua Igreja mergulhada completamente no erro, e só no século XVI fez
aparecer os 'inspirados' e 'esclarecidos' doutrinários da verdade? Onde está a
Providência Divina com relação à obra de Deus que é a sua Igreja?” Se tal
desastre se tivesse verificado, então teria falhado completamente a promessa de
Cristo: “E as portas do inferno não prevalecerão CONTRA ELA” (Mt 16, 18). Foi
uma VERDADEIRA DESGRAÇA o que fez Martinho Lutero. O seu amigo Melanchton
escreve: “Nem toda a água do rio Elba daria lágrimas bastante para chorar a
desgraça da Reforma”.
Católico,
tampe os ouvidos diante dos uivos dos lobos que trabalham furiosamente para
arrancar-te do seio da Verdadeira Igreja, não lhes dê ouvidos, mas lembre-se
com frequência de que Cristo Jesus é o Santo Fundador da Única Igreja, e por
mais que lancem pedras sobre ela, jamais a destruirão: "Cristo é o único
Senhor da Igreja. Ela lhe pertence, pois é ele quem a edifica. É Pedro, porém,
quem lhe guarda as chaves para abrir, fechar, cerrar e excluir. Inimigos
ardilosos que a não conseguiram suplantar em campo aberto, tentarão
introduzir-se disfarçadamente em seu seio, procurando combatê-la e destruí-la
pelo interno" (Alfred Barth, Enciclopédia Catequética, Vol. II). Católico,
AME, SIRVA e DEFENDA a Igreja Católica... Cristo Jesus deu a vida por ela:
"Com a vitória da cruz, ele adquiriu para si o poder e o domínio sobre
todas as gentes" (Santo Tomás de Aquino, Summa Theol., III, 42, 1), e:
"Aquele que, feito homem, se tornara cabeça e senhor da humanidade, ora
resgatou seu povo com seu Sangue, libertou-o, remiu-o e o fez seu. O véu do
templo - a antiga aliança - rasgou-se" (Leão I, Serm., 68, 3), e também:
"Amem esta Igreja, sejam essa Igreja, fiquem na Igreja! E amem o
Esposo!" (Santo Agostinho).
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
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