No Santo Evangelho,
Pilatos pergunta a Nosso Senhor: Tu és Rei? Esta é a pergunta que muitos ainda
fazem e nós devemos agora anunciar publicamente: nós acreditamos no reinado de
Cristo. Como é óbvio, acreditamos que este reinado não pertence só às almas individualmente
tomadas, mas a todo o conjunto das almas e à sociedade inteira. A Nosso Senhor
vimos também aqui pedir a paz. Se queremos a paz no mundo, devemos recorrer ao
Príncipe da Paz. É a ele que deve ser pedida a paz, em seu nome está a paz, no
sangue derramado na Cruz está a paz: a verdadeira e única paz. Para que os
povos do mundo encontrem a paz, necessitam encontrar Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso, também proclamamos que para que o mundo veja a paz, o mundo necessita
converter-se a Nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é rei, e como rei tem direito de
reinar nas almas individualmente tomadas. O seu reino, obviamente, é um reino
espiritual. Não é um reino deste mundo, mas não significa que não deva reinar
neste mundo. É um reino espiritual porque sua origem não vem desta terra. Seu
poder e o direito de reinar vêm do Padre Eterno. Ele deve reinar nas almas,
quando as almas convertidas (…) a Ele encontram-se com a Verdadeira doutrina –
A Verdadeira Doutrina – e são batizadas. Quando as almas recebem a graça do
Santo Batismo, passam a pertencer ao reino da paz, passam a pertencer ao Rei de
Paz. Diariamente o Senhor e Rei da Paz é imolado incruentamente nos altares do
mundo. Por isso, amamos também a Santa Missa. Para estender o reinado da paz, o
reinado de Nosso Senhor Jesus Cristo, a missa – esta Missa que está sendo
celebrada – deve estender-se cada vez mais aos altares do mundo inteiro, aos
antigos altares de tantas e belas igrejas que se tornaram porta-flores e
guarda-pó. Estes altares, para que o mundo tenha paz, devem ser ressuscitados e
restaurados. Ali o Senhor deve novamente ser imolado. E em todas as outras
igrejas no mundo esta missa deve ser estendida. Aos pés do Cristo Redentor,
imploramos do Senhor que esta missa – A Missa, A Missa… – se estenda cada vez
mais nos altares do Brasil e do mundo. Que os sacerdotes queiram celebrá-la.
Que os fiéis a amem, implorando, se for necessário, que os sacerdotes a
celebrem. Nosso Senhor quer reinar na alma, nas almas, e reina quando uma alma
pecadora ajoelhada implora o perdão ao sacerdote, e ali, pela voz e pelas mãos
do sacerdote, que diz + Ego te absolvo, volta a reinar a paz na alma. Não pode
haver paz longe de Nosso Senhor Jesus Cristo. Não pode haver paz no pecado. Por
isso, o anúncio da paz, e a petição da paz, deve ser o anúncio da conversão.
“Convertei-vos e crede no Evangelho”. Nosso Senhor quer reinar nas almas, mas
não tomadas somente individualmente. Ele quer reinar nas famílias. As famílias
necessitam de Nosso Senhor… as famílias necessitam de Nosso Senhor para educar
seus filhos na Fé; para manterem-se fiéis os esposos; para não cederem
facilmente à tentação do adultério e do divórcio, esta praga que destruindo os
lares, também vai destruindo (…) muitos dos nossos adolescentes e jovens. Mas
Nosso Senhor, como é rei, deve reinar também nos estados, na sociedade inteira.
O Papa Pio XI, quando proclamou a festa de Cristo Rei com a sua encíclica Quas
Primas… Ah, encíclica Quas Primas… como deveria ser ela novamente lida,
meditada, retomada, ensinada e acreditada nos dias de hoje. Nosso Senhor deve
reinar também na sociedade. As leis das nações devem obedecer a Nosso Senhor
Jesus Cristo. Outrora, 80 anos atrás, católicos fiéis, acreditando no reinado
de Nosso Senhor Jesus Cristo também na sociedade, ergueram este magnífico
monumento, que é uma proclamação de Fé para o mundo inteiro de que Jesus Cristo
é rei e deve reinar. Hoje, querem tirar os crucifixos dos ambientes públicos…
hoje, querem arrancar qualquer vestígio da presença e do reinado de Nosso
Senhor na sociedade. Os parlamentos das nações, como diz o Salmo 2º, orquestram
coisas contra Deus e o Seu Cristo. As leis que destroem as famílias, as leis
que destroem a juventude, embebida de um liberalismo, de uma naturalismo tal
que infectou as fileiras católicas. O liberalismo, que coloca a liberdade
individual acima da verdade; o naturalismo que esquece a graça de Deus e a luta
que o inferno trava contra o céu para arrancar as almas, e os discursos, mesmo
daqueles que deveriam guiar as almas, é sempre, ou quase sempre, um discurso
liberal e naturalista. Não se fala do pecado, não se fala da graça, não se fala
do reinado de Cristo nas almas; se fala de pluralismo, de sociedade plural, de
liberdade… de liberdade religiosa. Nós aqui professamos a Fé em Cristo Rei, que
deve reinar na sociedade. É possível e é real. Enquanto muitos trabalham contra
a descristianização da sociedade, cada um dos que estamos aqui, professando a
Fé em Deus e em Nosso Senhor Jesus Cristo, devemos trabalhar pela
re-cristianização da sociedade, como dizia o Papa São Pio X – o grande São Pio
X – em sua encíclica Notre Charge Apostolique, quando condenando o movimento
Sillon, que havia sido primeiramente aprovado pela Igreja e havia feito
inicialmente um bem aparente pela Igreja, demonstrou que ia por caminhos
opostos ao reinado social. Queria uma paz quimérica na sociedade, uma paz no
mundo onde fosse possível, acreditava e acreditam muitos hoje, conviver a
cidade de Deus e a cidade dos homens, como se existisse uma cidade neutral. Não
há possibilidade de neutralidade: ou a cidade, entenda-se a sociedade, a civilização,
é cristã, ou a sociedade pertence a Deus, ou pertencerá ao demônio. Ele reinará
na sociedade, como já está fazendo nas almas. São Pio X dizia que não há de se
buscar uma nova civilização, uma nova cultura do pluralismo, não. A cidade que
Deus quis já existiu e existe: é a civilização cristã, é a cidade Católica. A
nossa missão é reconstruí-la das ruínas que se encontra nos dias de hoje.
Reconstruí-la, reedificá-la com Deus, em Deus e para Deus. A sociedade deve voltar a Deus. Mas muitos,
também na Igreja, nos últimos cinqüenta anos especialmente, acreditam ser
possível construir uma cidade, dizem, vitalmente cristã, sem que seja
oficialmente cristã. Dizem que não é mais necessário que a sociedade seja
confessional, que publicamente a civilização dê culto a Deus; basta que as
almas sejam cristãs e a sociedade será cristã. É bonito, mas utópico. Como
podemos esperar que uma sociedade seja vitalmente cristã se nossas crianças,
adolescentes e jovens, já são metidos numa sociedade brutalmente anti-cristã na
escola, em casa, com os programas de televisão, etc, etc…? Como é possível
acreditar numa sociedade vitalmente cristã, onde os símbolos religiosos serão
arrancados da sociedade? Já sabiam disso os revolucionários franceses quando
criaram a escola pública, a escola laica. Diziam eles: criemos uma escola onde
as crianças entrem aqui e passem o dia inteiro, o tempo todo, aprendendo tudo o
que é importante para a vida: a língua, matemática, ciências, geografia,
história, cultura… mas que nunca se fale de Deus e que eles nunca vejam
símbolos religiosos. E não necessitaremos mais fazer discursos ateus, anti e
contra de Deus, porque eles verão que tudo é importante, menos Deus. Esta é a
sociedade em que estamos vivendo. Por isso, nós devemos levantar bem alto a
Cruz de Nosso Senhor para plantá-la como os primeiros evangelizadores nesta
terra aqui fizeram. Como os católicos que ergueram este magnífico monumento,
que não será destruído por graça de Deus, para manifestar ao Brasil e ao mundo
que o Brasil pertence a Deus e que nós somos de Deus. Lutam, se digladiam duas
posturas: o laicismo visceral e maçônico, que quer arrancar Deus completamente
da sociedade, e a resposta que pretende-se dar ao laicismo é a chamada
laicidade. Eles só reclamam da violência contra a religião, mas acreditam que
pode haver na sociedade um pluralismo tal que não seja anti-religioso e que
convivamos todos muito bem e todos juntos… algo utópico que não conseguiu nem
nos países mais católicos, vide Itália, Espanha e Portugal, proibir o aborto,
por exemplo. Nós aqui manifestamos nossa Fé em Cristo Rei e por isso afirmamos:
nem laicismo, nem laicidade. Acreditamos no reinado social de Nosso Senhor
Jesus Cristo nas almas e na sociedade. A sociedade também deve prostrar-se
diante de Cristo Rei. O Brasil como um todo deve reconhecer que Cristo é Rei do
Brasil. O Brasil foi batizado católico, seu nome para o céu será sempre a Terra
de Santa Cruz. Nesta Terra de Santa Cruz manifestamos com ardor nosso amor a
Nosso Senhor Jesus Cristo e a Nossa Senhora Rainha do Brasil. Ela também quis
ser a padroeira, protetora e soberana desta nação, quando quis ser encontrada
naquela primeira imagem no fundo do Rio Paraíba. Que Ela reine em nossas almas
também, nas nossas famílias e na nossa nação. Que a partir de hoje o grito de
“Viva Cristo Rei”, que fez muitos mártires, volte a estar nos lábios dos
católicos brasileiros. Que nós lutemos, rezemos e trabalhemos pelo reinado de
Nosso Senhor Jesus Cristo nas almas e na sociedade por inteiro, cada um na vocação
a que foi chamado, lutando, sem descansar, para que Cristo reine. Mesmo que
víssemos diante de nós o Anti-Cristo surgir com seu reino diante do mundo
inteiro, nós não dobraríamos nosso joelho diante dele e proclamaríamos até o
fim que Cristo é rei e deve reinar, ainda que sucumbam pastores, ainda que
sucumbam aqueles que devem governar e ensinar ao povo o caminho correto, nós
todos não sucumbiremos se formos fiéis e implorarmos a Deus esta graça. Que
esta peregrinação não seja a única, mas a primeira de muitas, para proclamar ao
Brasil e ao mundo que Nosso Senhor é Rei. Que do alto desta colina do Corcovado
o Brasil inteiro volte a redescobrir sua missão. O Brasil nasceu católico, é
católico e só fielmente será aquilo que Deus quer que ele seja para o mundo
inteiro se permanecer fiel à sua vocação batismal e ser de Deus e para Deus. Que
a Virgem Santíssima, Nossa Senhora da
Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, proteja cada um de nós
contra os ataques infernais que não querem que Nosso Senhor reine e que querem
confundir as almas com tantas doutrinas novas e sedutoras como o canto da
sereia. Mas nós queremos ficar com a doutrina tradicional de Cristo Rei, com a
Missa Tradicional, o Sacrifício do Senhor. Amém
Sermão do PE. Anderson Batista da Silva.
Festa de Cristo-Rei
Calendário litúrgico Antigo
30/10/011
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