Os primeiros cristãos socializavam os bens. Não era uma obrigação imposta a quem abraçava a fé, mas como que um compromisso moral. Os que tinham bens os vendiam e colocavam o dinheiro aos pés dos apóstolos, para que não houvesse nenhum necessitado entre eles. Todos nós sonhamos com um mundo sem miséria, sem pessoas passando fome. Mas de que forma e quem irá garantir bens para todos? O Estado? Certamente que não. Experiências mal sucedidas já foram comprovadas. Os primeiros cristãos socializavam os bens indiferentes e à revelia do Estado. Como ainda, o fazem hoje, as congregações religiosas por meio do voto de pobreza. E esta economia de partilha é tão eficaz e produtiva, que a maioria das congregações são ricas, embora seus membros sejam pobres, pois que nenhum possui os bens como sendo seus. Estes pertencem à congregação.
O erro da Teologia da Libertação é analisar as diferenças socais com o métodos marxistas e aderir ao materialismo histórico. É priorizar a práxis e ignorar a fé que age pela caridade e pela liberdade.. Transformar Jesus num revolucionário político e esquecer de Jesus salvador do pecado. Aliás se existe pecado para estes, é um apenas: o pecado social. Porém, o pior destes pecados é crer que o Estado, sem cobranças, irá garantir justiça social para todos. A partilha verdadeira nasce da fé em Cristo, é fundamentada pela fé em Cristo, que faz de pobres e ricos um só povo. Não é o produto da revolta dos operários oprimidos e nem da imposição do Estado. É o resultado de uma fé amadurecida, que não suporta ver ao seu lado, um irmão na fé com necessidade materiais.
Já o capitalista endeusa a posse dos bens e a torna sagrada. Mesmo que sobre para ele e falte para muitos. Primeiro vem o ter e ocasionalmente o partilhar. Entre o capitalista e o rico da parábola (alguns exegetas acreditam que Jesus lembrou um fato conhecido de um homem rico e de um mendigo que ficava em sua mesa, esperando alimentar-se, já que não inicia o texto afirmando que é uma parábola.) é que o capitalista cristão, deixa o mendigo, debaixo de sua mesa, comer das migalhas que caem no chão. Ou seja, Lázaro sempre será um mendigo e não tem importância se sobram para ele, apenas as migalhas. Mas deveria o Estado interferir neste caso e tomar do rico para dar a Lázaro? Certamente que não. Pois isto não iria gerar a verdadeira solidariedade cristã que nasce da fé e é sustentada pela fé.O ideal da Cristandade era que nenhum povo cristão guerreasse com outro Reino cristão e que aos pobres fosse garantido um vida digna. Que os Estados, governados por verdadeiros fieis a Cristo, possibilitassem uma economia de comunhão e assim como favorecia a Igreja protegia a fé, coibido as heresias, garantisse a justiça social. Mas sem Ditaduras. Sem confisco. Mais pelo exemplo do que por meio das leis. Já que não se deve obrigar ninguém a dividir, e nem se deve tomar a força o que pertencem aos outros, pois isto vai de encontro ao sétimo mandamento e ao décimo.
A Doutrina Social da Igreja mostra o verdadeiro meio de garantir aos pobres justiça social. Alerta os Ricos o perigo que existe para os que se apegam aos bens e aos prazeres terrenos, e indica que toda propriedade tornar-se lícita na medida em que garante aos menos favorecidos, nunca passar necessidade. Embora Jesus tenha dito que pobres sempre existiriam, também disse, quando quiserdes podereis ajudá-los; a primeira parte da frase agrada muito aos capitalistas. A segunda parte é ignorada. Até porque o exemplo dos primeiros cristãos mostra, que a verdadeira ajuda aos pobres não é dar uma esmola de vez em quando. "como já dizia o poeta Patativa do Assaré cantado por Luiz Gonzaga: "... Mas doutor uma esmola para um homem que é são, ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidadão."
Se teólogos da TL deixassem a doutrina marxista de lado e assumissem a fé integralmente, afirmando e proclamando que só por Cristo e pela fé em Cristo, o homem é capaz de partilhar; se os empresários cristãos conhecessem a aplicassem, indiferentes à política econômica do Estado, a Doutrina social da Igreja, exposta nas ultimas encíclicas dos papas, sem dúvida, haveria bem menos miséria no mundo e também não teríamos ideologias mentirosas, que nos faz escravos do Estado em nome da partilha dos bens, nega Deus, a sua Igreja e indiretamente o amor verdadeiro ao próximo, porque induza pela força, um igualitarismo impossível e uma distribuição de renda cujo preço é a perda de liberdade.
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