Não
há entre os que foram declarados santos pela Igreja Católica, uma personalidade
mais controversa e singular do que Joana d´Arc. Para a turma dos pacifistas e
defensores da paz a qualquer preço, ela é um personagem, no mínimo estranho
entre os santos. Como pôde dizer-se enviada para fazer a guerra, por aquele que
disse, amai os vossos inimigos e fazei o bem a quem vos persegue? Para os
inimigos da Igreja Católica, o que importa é unicamente o seu processo pela
Inquisição e a morte dela como herege. Sua posterior canonização pela mesma
Igreja, que tinha como membros os juízes que a condenaram, é para estes, uma
prova incontestável de que a Igreja mesma, a Instituição Igreja, pode errar e
enganar-se. Acredito que seja até mesmo um alivio para muitos padres e bispos,
que Joana não tenha se tornado popular como santa, nem mesmo na França. Lá ela
aparece muito mais como heroína Nacional; é mais vista como santa fora da
França. É a única dentre os santos, em que o padre sempre vai ter que explicar
porque ela foi queimada viva, por pessoas da Igreja. E desta forma os julgamentos
da inquisição se tornam conhecidos. Podem ser incompreendidos e até
escandalizar. Deve ser mesmo um alivio que Joana seja vista mais como heroína
nacional ou um líder militar. Um site espanhol, O EX ORBE, que parece
tradicionalista, fez uma critica ao discurso sobre Joana d´Arc do Papa Bento
XVI em 26 de janeiro de 2011 Ver aqui: http://exorbe.blogspot.com/2011/01/juana-de-arco-secundum-benedictum.html Admirou-se de o mesmo tê-la comparada a Catarina
de Sena, santa e doutora da Igreja.
Afirmou que a guerra é ação indigna de um santo. Esqueceu que ao pensar desta
forma, Davi, Moisés, Gideão e Josué, guerreiros por mandato de Deus, em
conformidade com as Sagradas Escrituras, não podem ser considerados santos. Nem
mesmo um São Bernardo e um São João de Capistrano, que pregaram cruzadas contra
os islâmicos. Se esta concepção foi expressa num site tradicional, imagine em
um de conteúdo pacifista.
Há santos para nossa época, que
estão revestidos de uma marca ecumênica. Santa Teresinha do Menino Jesus é a
santinha de todos. Soube que há até um centro Holístico Santa Teresinha do
Menino Jesus. Sim, também há centros espíritas com o nome de Joana d´Arc. Eles
pertencem ao grupo dos que usam o nome de Joana para deixar bem conhecido o
erro que atribuem a Igreja católica, que para estes, foi a responsável direta
por sua morte. A pessoa de Joana d´Arc ficou como que presa a dois grupos: os
que a rejeitam ou a ignoram por sua ação guerreia, e a dos que se aproveitam de
sua memoria para denegrir a Idade Média e apontar o dedo para a Inquisição.
Poucos são os que consegue enxerga-la além destas circunstancias. Certamente
Joana d´Arc nunca teve vocação para o consenso. Difere muito de um São
Francisco de Assis, aceito por todos e de todos os credos. Significativo foi que, em Assis reuniram todas as religiões
e seus lideres, porque o santo de Assis é o Santo da paz que o mundo prega e do Amor e do amor que o mundo deseja. Um
encontro destes jamais poderia ser em Ruan, cidade da França, onde Joana foi
queimada viva, aos 19 anos. E ambos pertencem à mesma execrada e detestada
Idade Média. Mas o próprio Jesus não deu como sinal de santidade e
autenticidade do verdadeiro profeta ser difamado por todos? E o mesmo Jesus, alertou que os falsos
profetas teriam a simpatia e agradariam a maioria. Joana dentre todos os
santos, foi quem suscitou e produz mais polemicas. Tanto dentro como fora da
Igreja. E já em vida.
É preciso ver além dos fatos para
entender a santidade de Joana. É fundamental vê-la em si mesma diante de sua
missão. Nela é que resplandece dois
aspectos da santidade que se tornam evidentes na vida ativa. Ela poderia muito
bem ser definida como a santa da AÇÃO! E o que a motiva à ação? Glorias?
Riquezas? Conquistas territoriais? Não! Apenas uma só vontade: A VONTADE DE
DEUS. Só porque Deus manda é que ela admite ser a guerreira e deixa de ser a
pastora. O mesmo Deus, que ordenou a Josué expulsar os cananeus, da Terra que
prometera a Abraão e a seus descendentes, fala com Joana. É preciso fazer os
ingleses voltarem para Terra que fora dada a eles. A outra palavra é
FIDELIDADE. Perante homens da sua Igreja que a acusam de ser infiel à própria
Igreja, Joana mantem a fé no que esta Igreja oferece por meio do destes homens,
mesmo seus inimigos mortais, como ela mesma reconhece. É das mãos destes
homens, que ela recebe no dia de sua morte, a absolvição de seus pecados e o Corpo
do seu salvador. Na Igreja nos queimamos por insignificantes críticas. Ficamos
afastados dos sacramentos por causa do destempero de certo padre ou do escanda-lo
de outro. Mas Joana é o maior exemplo da fidelidade a Deus e a Igreja. Este é o
segredo de sua santidade. Não é a guerra em si mesma. Ela nunca defendeu a
guerra pela guerra. Esta foi um meio imposto pela dureza do coração dos seus
inimigos ingleses, que não a viram como mensageira da vontade de Deus, e
insistiram em fazer a guerra. Tal e qual o divórcio, tolerado por Moisés, por
causa da dureza do coração dos Israelitas, segundo a defesa do próprio Jesus, o
Filho de Deus. Este Moisés que rezava a Deus pedindo a vitória do povo de
Israel contra os de Canaã.
Se há no clero, quem tema, Joana
d´Arc se tornar uma santa popular, poderia também procurar saber como esta
popularidade seria benéfica para os fiéis. Seu amor a Santa Eucaristia e a
missa numa língua que ela não entendia deveria ser apresentada como grande
exemplo, de que entender a missa não
é saber o que padre fala, mas saber a que a missa É. E isto Joana, a
analfabeta e simples camponesa, sabia tanto sobre a missa quanto o mais
estudado dos teólogos. Sim, Virgem Guerreira, que de uma forma geral, sempre é
chamada de Joana d´Arc quando se se referem a ela (Quando vou procurar de
propósito imagens dela, digo: "Tem imagem de SANTA Joana d´Arc? O atendente
logo responde, de JOANA d´Arc, não.) enquanto que as outras
sempre recebem o titulo de santa antes do nome. Joana ainda não foi conhecida.
Não foi compreendida em seu tempo e ainda não o é hoje. Mas do conhecimento de
sua pessoa, teríamos por graça de Deus, o verdadeiro fervor religioso pelo
catolicismo e um fortíssimo amor à Santa
Igreja. Igreja a quem ela amava e que
desejava sustentar com todas as suas forças para o bem da nossa fé cristã. Não
é esta, em linguagem simples e direta, a melhor definição da missão e razão de
ser da Igreja? A defesa da fé cristã
contra as divisões, as heresias e os
caprichos individuais de seus membros? Se não fosse a Igreja Católica única,
unida, com unidade de governo e doutrina, não teríamos a fé cristã hoje. Temos
na Igreja a garantia dada por Jesus de que ele estaria com todos os seus
apóstolos até o final dos tempos. Pois os que ficaram no lugar dos apóstolos,
Cristo os reconhece, como se fossem os doze a quem ele escolheu.
Santa
Joana d´Arc, Filha de Igreja, Rogai por nós!
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