És tu o Cristo, o Filho do Deus Bendito? Jesus respondeu: "Eu o sou. E vocês hão de ver o Filho do homem sentado à direita do Poderoso e vindo com as nuvens do céu." O sumo sacerdote então, rasgando suas vestes disse: "Para que precisamos mais de testemunhas? Vocês ouviram a blasfêmia." Mc. 14,61-64a
O cristianismo não é apenas uma religião que tem outra compreensão diferente de Deus. O Cristão crer, que em Cristo, Deus revelou-se aos homens. Deus mesmo se deu a conhecer manifestando a sua natureza. Para o cristianismo, Deus é Pai. E Pai que nos quis fazer filhos, pelo Filho único, o Cristo. Por isto toda a luta, já no inicio, dos cristãos, para não se tornarem apenas outra religião, um novo culto a um deus diferente, ou novo para os pagãos. Estes eram bastante ecumênicos.Mais do que certos líderes religiosos atuais. Tantos gregos, como romanos, nada tinham contra os deuses nacionais. Eles eram bem vindos. Porém, judeus e cristãos, eram um problema, porque eles não só rejeitavam os deuses das outras nações, como ousavam afirmar que estes eram falsos deuses e que o Deus deles, era o único verdadeiro.
E em relação ao judaísmo, os cristãos também tinham um grande problema. Porque vinham em Jesus, o filho único de Deus, por meio do qual Deus se revelou de forma absoluta. Além de porta voz de Deus, este filho, único e eterno, era o criador do tempo e do mundo; por meio dele Deus criou o universo como afirmou a carta aos Hebreus. (cf. Hb 1,2)
Jesus não foi condenado como idealista, um fracassado, vítima das conseqüências de sua luta em favor dos pobres e defesas dos oprimidos, como defende uma corrente dentro da Igreja. Embora Jesus, tenha, sem dúvida, contrariado os interesses dos líderes do povo judaico, a sua condenação a morte foi motivada pela blasfêmia de se proclamar o Filho de Deus, como consta em todos os Evangelhos. ( Mt 26,64-65;Mc 14,61-64; Lc 22, 67-71;Jo 19,7) E sua morte não é apenas um exemplo e força, para aqueles que também sonham com um mundo melhor; uma sociedade em que não hoje pobres e opressores. A morte de Jesus foi Redentora. Libertou-nos do pecado e nos fez, nele e por ele, filhos de Deus, pela Graça. Foi com este anuncio, que os cristãos conquistaram o Império romano. Foi esta fé em que se alicerçaram as nações do ocidente. E nesta fé, torna-se compreensível toda a firmeza e convicção, de que só em Cristo, temos a revelação completa e autentica de Deus. Deus se revela pela natureza. Mas isto a Filosofia já explicava. Deus revela a Ele mesmo, e não o seu poder pelo Filho. Revela a sua própria natureza de Comunhão de Pai, Filho e Espírito Santo. Revela a sua intenção ao criar os homens. De nos fazer filhos pelo Filho. (cf Jo. 1,12)
Estados se tornaram cristãos e não apenas os indivíduos. Compreender isto, esclarece porque em estados cristãos, era inadmissível se permitir, que se anunciasse outro deus, ou outra fé, que fosse de encontro ao cristianismo. Toda instituição defende a sua forma de organização. Isto é normal em qualquer lugar do mundo.
Se para o cristão, enquanto indivíduo, era proibido matar ou perseguir pessoas de outra fé, para o Estado ou Reino, era inadmissível ficar passivo perante uma ameaça que colocasse em perigo sua organização. Por isso a insistência na conversão, e no caso de obstinação, a morte destes. Eles atentavam contra o próprio regime de Cristandade. E também é compreensível, em um Estado oficialmente cristão, que todos os reis ou governantes fossem cristãos e fiéis à Igreja Católica. No tempo em que estava restrito, a uma Assembléia de pessoas de fé, os cristãos se ocultavam nas catacumbas e sofriam o martírio dos romanos; estes não entediam porque os cristãos se recusavam a cultuar o imperador e os deuses do Império. Com a oficialização dos Cristianismo por Tedósio no século IV, o Cristianismo se torna parte integrante do império. E desta forma, não admite que o paganismo conviva ao lado da religião oficial. Humanamente, para se proteger, começa a perseguir, os que antes defendia. Compreensível no contexto da época, e nova forma assumida pelo cristianismo que isto ocorresse.. Que nação ou Estado permite que grupos ou indivíduos sejam ameaças para estes? Deus teria que fazer constantes milagres, a fim de que não houvesse reações violentas, contra os que ameaçavam o novo regime, estabelecido pela fé em Cristo. No entanto, se o Estado era agressivamente intolerante contra os pagãos e os hereges, houve muitos cristãos que individualmente preferiram morrer a matar; que não se envergonhavam de sua fé, e o mais importante: que tudo deixava e enfrentavam para converter ao Cristo e trazer para a Igreja os que não o conheciam. O fervor missionário estava aliado a vigilância estatal, para que fosse mantida a fé. A graça nos filhos de Deus porem nos fez impecáveis. Daí os abusos, as injustiças, cometidas muitas vezes pela fé em Cristo. Mais admirável, porém, é como uma religião que se mostrava muitas vezes agressiva por parte do Estado, conseguia manter na fé e também converter tantas pessoas. Explica-se: Mais do que as ameaças, ou força da espada, os cristãos tinham a convicção da fé. Seus olhos brilhavam de fé e entusiasmo quando anunciavam Cristo. E a coerência os permitia não admitir ao lado de Cristo nenhum outro mediador, nenhum outro Deus, conquistavam corações mais pelo amor do que pelo temor. A diferença entre cristianismo e outros credos religiosos é apenas esta; a audácia de afirmar de se está com a verdade. A verdade é Cristo, como ele mesmo afirmou. E esta é a verdade: Deus se revelou em Cristo Jesus. E só nele e por ele temos acesso a Deus. Nesta fé, os Cristãos conquistaram povos, Estados e reis poderosos. Esta fé firme derrubou por terra, sem a força das armas, mas pela perseverança, toda a estrutura pagã do Império Romano.
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