Os países celebram a vida de seus heróis nacionais. Os fãs honram e admiram os seus ídolos, da música, das novelas e do cinema. A forma como são homenageados podem ser mencionada como um culto. O culto prestado aos heróis de uma nação consiste em erguer monumentos com sua estátua, dar o nome destes aos prédios públicos ou particulares, a ruas e praças. Este é um culto cívico. Isto porque para a nação, o herói é lembrado por sua vida, pelo seu passado e pelo que fez por seu país. É um culto para alguém que está morto, e vivo só na memória do povo. Os ídolos também são reverenciados por seus fãs através da imitação destes, na forma de vestir-se, de falar e o motivo de celebrá-los é devido a um talento específico associado à beleza ou ao estilo de vida, com o qual o fã se identifica. Festeja-se o ídolo artístico pelo que este faz ou fez. Assim, ainda hoje, temos admiradores de Elvis Presley, Renato Russo, Elis Regina, atores e atrizes. É um culto social que também se dirige a pessoas mortas.
Já o culto que a Igreja autoriza aos cristãos e católicos canonizados é um culto religioso a uma pessoa sagrada. E por que sagrada? Pelo simples fato de pertencer ou ter pertencido a Deus em toda a sua vida. O santo testemunhou por sua vida que amava a Deus sobre todas as coisas. Não honramos pessoas mortas, pois os santos estão com Deus e para Deus, como disse Jesus, todos vivem, já que ele não é Deus dos mortos, mas de vivos. Mc 12,27. O Deus de Abraão, Isaac e Jacó, Mt 22,32, é também o Deus de Bento, Francisco de Assis, Clara , Joana d’Arc e de muitos outros santos. Os Hebreus mantinham a Arca da Aliança; Um objeto sagrado que continha coisas sagradas. Mas feito por homens. E era sagrado porque feito por ordem de Deus e indicava a presença de Deus. Hb 9,3-5
Os santos por suas vidas também indicam a ação de Deus na vida deles. Então o culto aos santos, é de certa forma um culto a Deus, na medida em que só o honramos porque eles foram servos de Deus e serviram ao Cristo. A honra que se presta a estes é pelo reconhecimento, de que neles Deus foi glorificado, por suas obras; obras estas que são o resultado da docilidade destes a própria ação do Espírito Santo. Quando pedimos a intercessão dos santos, testemunhamos nossa fé na ressurreição,na vida eterna e na comunhão dos santos, ou seja, na união entre os que estão na Terra e na glória com Cristo. Para o cristão a morte é um adormecer repentino e fugaz para o despertar da vida eterna.
Por isso, recorre-se à intercessão dos nossos irmãos na fé, porque cremos, que estes estão no céu com Cristo e podem rogar por nós. Honram-se as suas imagens, que não são meras estátuas, como a dos heróis e se presta a estas um culto religioso. Não o fazemos porque sejam deuses. Observar, que na liturgia da Igreja, todas as orações são dirigidas a Deus Pai por Cristo e nunca diretamente a um santo ou santa. Menciona-se o santo citando um episódio de sua vida, ou sua ação, ou simplesmente, dizendo "por intercessão de Santa Joana d´Arc, concedei-nos Senhor, vos servir primeiro, antes que aos homens, por Cristo, Nosso Senhor, Amém."O ideal seria que nossas orações espontâneas, dirigidas aos santos ou as que circulam por aí, em estampas, os ditos santinhos, seguissem este modelo: A Deus, O Pai, por Cristo (mencionando o santo) na unidade do Espírito Santo. Como ouvimos na missa. Desta forma, o culto aos nossos irmãos do Paraíso, seria mais compreendido pelos que não são católicos e evitaríamos muitas superstições; em alguns casos, até a idolatria, quando o santo ou santa fica sem a mínima referência a Deus ou a Cristo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário