sábado, 23 de abril de 2011

DESCEU À MANSÃO DOS MORTOS


                                    

Professamos esta verdade da nossa fé todas as vezes que recitamos o Credo. O que significa esta afirmação que tem  o seu fundamento na carta do Apóstolo São Pedro em 3, 18-19.  Antes dizíamos desceu aos infernos. Porem, muitos ficavam escandalizados porque não conseguiam entender que o Cristo tido para o inferno, conhecido como o império de Satanás.
É importante saber primeiramente que o  inferno e os céus não haviam até a morte e ressurreição de Jesus. Havia apenas os lugares inferiores, ou infernus, em latim, onde ficavam todos os mortos, sem contemplar a Deus, por causa do pecado original. só que os justos do Antigo Testamento, ou seja, os Hebreus e os justos das nações, estavam num estado de ausência de penas e sofrimentos e os pecadores já experimentavam a punição devida a  seus pecados. No entanto, nem como o outro grupo de mortos,  tinham acesso a visão da glória de Deus;
 Quando afirmamos que Cristo Desceu aos infernos, queremos primeiramente confirmar, que Cristo verdadeiramente morreu e partilhou da mesma condição de todos aqueles que morreram antes dele. Jesus, enquanto verdadeiro humano, teve a mesma condição dos outros mortos. Só que com um grande diferença. Ele não desceu à mansão dos mortos ou aos infernos, para ficar prisioneiro da morte. Mas para libertar da condição de morte todos os que se encontravam presos por esta. Anunciou sua vitória sobre o Hades ou Cheol, termos hebraicos para indicar a situação dos mortos antes da ressurreição de Cristo. E também para anunciar o Evangelho aos mortos."Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito. 1Pd  4,5." a sua vitória pela cruz. Também na carta aos Efésios diz que Cristo tornou cativo  o cativeiro e destruiu o poder da morte para aqueles que estalavam sem esperança da contemplação da glória de Deus. Ef. 4,8
Nossa fé proclama que mesmo no reino da morte Jesus manifestou a  sua vitória. Morreu humanamente para poder descer a mesma condição dos seres humanos e liberta-los da morte. Desta forma o que o mito dos Hades entendia acreditavam os gregos, que do Reino de Hades, ninguém poderia sair, foi desfeito por Jesus. Os mortos que amaram a verdade e os justos do Antigo Testamento e até mesmo segundo São Pedro  Apóstolo, aos que não acreditaram em  Noé na época do dilúvio. "os quais noutro tempo foram rebeldes, quando a longanimidade de Deus esperava, nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca; na qual poucas, isto é, oito almas se salvaram através da água.1Pd 3,20"
Vejamos quanta misericórdia de Nosso Senhor. Não ficando satisfeito em sofrer cruel martírio  pelos vivos quis libertar os mortos e para assim acontecesse,  tinha que passar pela morte como todos os mortais. E ele não merecia a morte. O único que não tinha que morrer porque sem pecado, santo e imaculado. Que grande prova de amor e poder Jesus nos deu pelo seu aparente aniquilamento. Morto para se fazer um só com os mortos. Morto para traze-los da prisão para a liberdade dos filhos de Deus. 
Neste sábado da vigília da páscoa, meditemos sobre este mistério da nossa fé."Desceu à mansão dos mortos." Cristo não está no túmulo enquanto pessoa. Lá está apenas o seu corpo sem vida que não se corromperá, esperando a ressurreição. Porém, mesmo na morte, Jesus está agindo em favor das criaturas de Deus; daqueles de quem quis  se fazer irmão. Senhor Jesus, como é grande e tremendo  o vosso amor! Glória a vós para sempre, meu Redentor, salvador, meu Senhor  e meu Deus.

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