"E todos os
cristãos tinha tudo em comum e ninguém considerava sua as propriedades que
possuíam."
Atos 2, 44-48
Os primeiros cristãos, não eram
membros de congregações religiosas. Mas viviam a comunhão de bens, que hoje só é
vivida nos ordens religiosas e mosteiros. Eles obedeciam ao que a fé
determinava. Não devia haver apego aos bens matérias para quem se convertia a
Nosso Senhor Jesus Cristo. Por isso doavam tudo, mesmo que em teoria não fosse
obrigados. Mas eram moralmente obrigados a fazer assim. Tanto é verdade que
Ananias e Safira temerem dar apenas uma parte dos seus bens e preferiram mentir
a passar por mesquinhos perante a Igreja. Atos 4,32; 5, 1-2
Há duas categorias com razões
diferentes para ser anticomunistas: Os católicos e os capitalistas. Mas as
razões entre os dois grupos são diferentes. O capitalista é anticomunista
porque é apegado aos bens matérias. Absolutiza a propriedade privada e é
indiferente a sorte dos que ficam na miséria. Acredita que há pobres porque
estes são preguiçosos e não trabalharam para se tornarem ricos, com fosse
possível viver dignamente com um salário mínimo e como se houvesse trabalho
disponível para todos. Os católicos
fiéis são anticomunistas na mesma proporção em que são também anticapitalistas.
O liberalismo econômico também foi condenado pelo papa Leão XIII “ 87.
... Como não pode a unidade social basear-se na luta de classes, assim a reta
ordem da economia não pode nascer da livre concorrência. Foi, com efeito, dela,
como de fonte envenenada, que derivaram para a economia universal todos os
erros da ciência econômica “individualista”; olvidando ou ignorando que a vida
econômica é conjuntamente social e moral, julgou que a autoridade pública a
devia deixar em plena liberdade, visto que a livre concorrência possuía
princípio diretivo capaz de a reger mais perfeitamente que qualquer
inteligência criada. Ora, a livre concorrência, ainda que dentro de certos
limites seja justa e vantajosa, não pode de modo nenhum servir de norma
reguladora à vida econômica.”(
Encíclica Libertas) e Pelo Papa Pio XI “109. ... A livre concorrência contida dentro de justos e razoáveis
limites e mais ainda o poderio econômico devem estar efetivamente sujeitos à
autoridade pública, em tudo o que é de sua alçada. Enfim, as instituições
públicas adaptarão a sociedade inteira às exigências do bem comum, isto é, às
regras da justiça; de onde necessariamente resultará que esta função tão
importante da vida social qual é a atividade econômica, se encontrará por sua
vez reconduzida a ordem sã e bem equilibrada.”
Porque os verdadeiros católicos amam
o irmão por amor a Cristo e não suportam que haja necessitados entre os irmãos
na fé. Não absolutizam a propriedade privada pois esta tem uma função
social como o ensina a Doutrina social
da Igreja e as encíclicas dos papas É pecado reter para si o que está sobrando
ao rico e faltando aos que precisam. Ele sabe que a raiz de todos os males é
amor ao dinheiro. Aceita as palavras de São Tiago e teme o que este escreveu contra os ricos.
São Tiago 5, 1-6. E creem no que Jesus disse: E disse ao povo: "Acautelai-vos e
guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na
abundância das coisas que possui." Lucas 12,15. Ele rejeita o comunismo
porque este defende a socialização dos bens e igualdade econômica. Sabemos que
o comunismo só defende isto em teoria mas na pratica trouxe só conseguiu fazer
do Estado Rico e intolerante. Não! Mas
porque este o faz através do ódio e da força. E o faz colocando no centro o
homem e desprezando Deus, de quem o homem é a imagem e semelhança. Retira do ser humano o direito de discordar e estabelece a
ditadura de Estado. Assim como o capitalismo faz do dinheiro Deus o comunismo
faz do Estado Deus. E isto é idolatria. Para o cristão o fundamento para a
comunhão de bens é a caridade que nasce do amor a Cristo. Infelizmente, nem
todos os que creem são capazes de fazer como os primeiros cristãos faziam.
Colocavam tudo em comum. Atos 4,32
Na Idade Média o Estado cristão
recebeu poder da Igreja para executar hereges e defender a civilização cristã
das seitas heréticas. Até nomear bispos e consentir na aplicação dos documentos
pontifícios. O padroado que vigorou no Brasil durante o Império permitia estas interferencias do Estado na organização da Igreja no Brasil. Por isto se faz necessário que a
Igreja induza ao Estado cristão a criar condições para aplicação da justiça econômica.
Porque se formos esperar apenas pela boa vontade dos ricos, estes ficarão cada
vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Também é justo e correto que o
Estado cristão possa ter direito de regular a economia em favor dos pobres possibilitando uma justa distribuição
de renda. E isto não é comunismo. Em virtude de que nem todos os cristãos vivem
a fé em plenitude faz-se necessário que se crie um politica econômica em
conformidade com a caridade. O Estado deveria sim executar as seguintes ações:
Taxar as grandes fortunas com maiores impostos; determinar a participação dos
operários no lucro das empresas, já que estes são obtidos com o trabalho dos
operários; estabelecer metas de produtividade para as grandes propriedades
agrícolas e desapropria-las se estas não fossem alcançadas.Claro respeitando as
condições da natureza em relação às propriedades agrícolas e o direito a defesa dos proprietários; Limitar a cobrança
de Juros a um determinado valor; incentivar com isenção de alguns
impostos, empresas que ajudam obras sociais, dentre outras. Sintetizando,
criar condições para que houvesse a
eliminação da miséria e que todos tivessem o necessário para a viver conforme a dignidade cristã, de Filho de Deus, redimido por Cristo.
Se um anticomunista defende o
catolicismo só porque o mesmo é anticomunista e contra toda forma de socialização
de bens, ele é apenas anticomunista. Seus motivos são capitalistas tanto como os
do capitalista que não tem fé. Mas se
ele é anticomunista porque ver no amor e na caridade, a solução para o problema
da miséria; porque ama o pobre e reconhece que o capitalismo, que endeusa o
dinheiro e o consumo, não é a opção cristã contra o o comunismo, este é
realmente católico e por ser católico é anticomunista. Tal e qual os apóstolos
e cristãos da Igreja Católica. Aqueles que tinham tudo em comum. Sem dúvida, o
comunismo é fruto do capitalismo selvagem, que transforma os homens em meros
objetos de consumo. Foi o fruto da reação dos que não tem fé, contra as terríveis
injustiças sociais. A solução contra ele
é a fé cristã que prega a partilha, a
sobriedade e a rejeição a toda forma de avareza.
Prof. Francisco Silva
de Castro
13/12/011
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