quinta-feira, 26 de julho de 2012

DEUS NOS CRIOU PARA SERMOS HUMANOS

Na Narrativa da criação do homem no Gêneses Deus cria o homem para administrar toda a criação. Importa observar que Deus não faz a mínima referencia a holocaustos ou ritos de adoração. O Autor Sagrado diz que Deus Fez o homem à sua imagem e semelhança. Para que este dominasse sobre as aves do céu, os peixes do mar e sobre toda a Terra. Crescendo, multiplicando-se e dominando a Terra como administrador de Deus.
Deus não criou o homem para acrescentar algo à sua natureza divina. Um Deus que necessitasse da subserviência de suas criaturas não seria Deus. Deus mesmo, pelos profetas, afirma que não tem precisão de sacrifícios de animais, porque tudo na Terra já lhe pertence. E o cântico do livro de Daniel afirma que toda a criação pode  louvar o Senhor. A neve louva o Senhor, as estrelas louvam o Senhor, enfim tudo o que é criatura e que não tem  razão ou é  consciente da existencia de Deus, o louva. Como ? Através de ritos e doutrinas? Claro que não. Mas sendo o que são. Cumprindo as leis que Deus estabeleceu para elas. Só  o ser humano insiste em querer ser algo mais do que aquilo que Deus quis  para ele. Em fugir da sua natureza dotada por Deus. É a sua humanidade que o faz imagem e semelhança de Deus. É pela razão ou racionalidade que o homem é semelhante a Deus, porque Deus é Razão. Pela necessidade de querer conhecer e compreender; pela capacidade de entender como funciona toda a criação. Crescendo no conhecimento, aperfeiçoado-se moralmente, rejeitando o mal moral, praticando a caridade, elevada ao máximo por Cristo, o homem se humaniza, tornar-se mais homem e desta forma mais semelhante a Deus. Jesus também diz claramente que o objetivo de nossa existência é chegar à perfeição. "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito." Eco das palavras escritas no Levítico. "Sede santos porque, eu, o Senhor vosso Deus , sou santo." E apesar do pecado, da fragilidade própria de nossa natureza, Deus nos chama à perfeição. Perfeição que  se conquista pela vontade e pela união com Deus. Desta forma a oração e os ritos estão subordinados ao destino superior  do homem e não a acrescentar algo a Deus, como se deles o mesmo tivesse necessidade. Deus não precisa de nossas orações e nem atende nossos pedidos porque o pagamos  por isto. De forma alguma. Deus é gratuidade absoluta. Doação total por ser Deus. Só Deus pode criar sem o mínimo motivo. Sem necessidade alguma. Cria porque pode e pode porque quer. E o homem adora a Deus sendo fiel à sua natureza humana. Sabendo administrar justamente a criação de Deus. Sendo bom marido e bom pai; sendo boa esposa e mãe; sendo bom trabalhador. Tudo o  que o homem faz, pensa ou diz, é de certa forma culto à Deus. 
Talvez  seja o culto mais puro, porque é este é o culto do dia a dia, da rotina que temos, pois é o que  na verdade,  engrandece o culto religioso, já que  muitas vezes este, não passa de mera formalidade; de mero evento social, realizado mais para atender nossas limitações materiais do que para glorificar a Deus. Jesus mostrou por atos e palavras qual o lugar deve o culto religioso ocupar na vida do homem. Subordinando-o à dignidade humana. Quando os seus discípulos tiveram fome Jesus não se importou se eles colhiam espigas num dia de sábado, dia sagrado para os judeus. E respondeu aos judeus ritualistas que o criticavam: "O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado."  Jesus reconhecia o dever de culto público a Deus. Ele mesmo passou toda uma noite em oração ao Pai. Ele cumpria seus deveres religiosos como judeu; mas todas as praticas religiosas de Jesus fluíam naturalmente. Era como a sua própria respiração. Era o seu alimento fazer a vontade de Deus. Tudo o que fazia ou dizia era pra glória de Deus. Assim também deve ser o nosso culto. Nossas orações e até mesmo a participação na Santa Missa deve ser o coroamento de uma vida litúrgica diária. De um culto a Deus que prestamos no trabalho, na familia, na sociedade ,sendo o que devemos ser: Humanos. E isto não é o humanismo laico e ateu que diviniza o homem. Não. É  tornar o homem aquilo que Deus quer que este seja. Fiel à natureza que recebeu. Deus não precisa de nós, de nossas orações, mas nós precisamos de Deus e quando a oração nos aproxima de Deus, nos humanizando, esta se torna mais que importante; se torna fundamental. Quando os ritos visam nos fazer melhores humanos eles são essenciais. Mas se os mesmos são entendidos como pagamento a Deus porque nos criou reduzimos Deus a um ser limitado. Necessitado do amor de suas criaturas. E Deus é o SER completo em si mesmo nada lhe fazendo falta. Somos nós que nos beneficiamos dele, assim como as plantas se beneficiam da luz. Por isto Jesus disse  que o maior mandamento é amar a Deus sobre todas as coisas. E como  o amamos? Sendo perfeitos como nosso Pai celeste é perfeito.  Sendo genuinamente humanos.

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