Hoje, no calendário litúrgico
celebramos a festa da Transfiguração de
Nosso Senhor Jesus Cristo. Narrativa que consta nos três evangelhos ditos
sinóticos, Mateus, Marcos e Lucas respectivamente em Mateus 17,1-9; Marcos
9,2-10; Lucas 9,28-36. Ambos narram toda a glória divina que resplandeceu na
face humana de Cristo.
A Transfiguração do Senhor nos
revela a altíssima dignidade a que foi elevada o ser humano. Porque foi em sua
natureza humana, em seu corpo e alma, que Jesus mostrou a plenitude da
divindade. (Cl 1,19; 2,9) Numa época que se divinizou o ser humano, pela recusa
Deus, o Cristianismo é a única religião de toda a história da humanidade, que
elevou o homem à condição de participante da Divindade. Antes os homens eram escravos dos caprichos
dos deuses ou serviam-se deles para obter favores materiais; os temiam e
chegavam a oferecer-lhes sacrifícios sangrentos inclusive de humanos. Com o cristianismo Deus entra em
nossa história como uma entrecruza igual a nossa. Revela-se mortal como todos os humanos e experimenta a dor e o sofrimento.
Mas este é apenas um aspecto da Encarnação. O Aspecto menos lembrando é que a
Divindade estava em Cristo, mesmo sob a forma humana e melhor ainda; que a
humanidade foi como que divinizada pela Encarnação de Deus. Desta forma
foi unida a cada um de nós, porque
Cristo é o nosso irmão segundo a carne. Como diz a Epístola aos Hebreus, Cristo não se
envergonhou em compartilhar conosco a carne e o sangue para torna-se o
primogênito entre muitos irmãos. (Hb 2, 14-15;10,5-7)
A Transfiguração indica a verdadeira
natureza que recebemos pela graça. A natureza de Filhos de Deus, retirados do
império das trevas e conduzidos ao Reino da Luz, que resplandecerá em nossa
face. Nos mostra que a Redenção incluiu não apenas a nossa alma, mas todo o
nosso corpo. Pois a Transfiguração não é um símbolo, uma comparação, que
indique uma mudança apenas espiritual; mas ela é bem real. Revelou-se na carne
e no semblante do Filho de Deus sobre a
Terra, toda a glória da Divindade. Mostrou-se para revelar a Ressurreição não
unicamente dele, mas por meio da dele,
também a nossa. Ao final dos tempos teremos reconstituída a nossa natureza
composta de corpo e alma pela ressurreição de nosso corpo. Nada será perdido,
Nem mesmo este corpo material e voltado à CORRUPÇÃO PELO PECADO. Mas redimido
pela morte do corpo de Cristo. E então, de glória em glória, estaremos sempre
presentes na luz que perpétua, que brilhará sobre todos os que creram e
obedeceram ao Filho de Deus. (2Cor 3, 18)
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