OÉ admirável a firmeza de convicções e o zelo pela doutrina da Santa Igreja Católica dos tradicionalistas. Em meio à tanta confusão e crise moral, litúrgica e até na doutrina ensinados ou defendidas por vários membros do clero, os tradicionalistas remam contra a maré, em defesa da pureza da doutrina católica. Porém para os mesmos, se vislumbra uma grande perigo em relação à fé e a permanecer na Igreja, apesar de suas crises. Porque sempre houve crises na Igreja católica e sempre haverá até o Final dos tempos. Também sempre houve hereges, dissidentes e falsos católicos. Todas as grandes heresias que romperam a unidade da Igreja e se constituiriam em seitas, tinham como objetivo salvar a Igreja de suas impurezas ou denunciar que esta havia se corrompido e alterado a doutrina de sempre.E se viam como a verdadeira Igreja. Foi assim desde Ário, patriarca de Constantinopla até Lutero. O maior perigo para o tradicionalismo católico é ver a si mesmo como a Igreja que permaneceu fiel ou o resto puro e sem mácula. É por este caminho que aos pouco se transforma em soberba que o maligno conduz de modo sutil a novos cismas àqueles que com sinceridade só tinha o objetivo de permanecer fiéis à Igreja. Este zelo começou já com a era apostólica da Igreja, quando os judeus cristãos quiseram impor a circuncisão aos gentios ou gregos que convertiam. E mesmo depois do Concilio de Jerusalém estes ainda mantiveram a sua postura obrigando São Paulo Apóstolo a enfrenta-los corajosamente.(Gl 2,12) porém esta crise não rompeu a unidade da Igreja como o fez o luteranismo. No entanto dependendo da forma como se ver e se comportam perante a Igreja, em todo as suas vertentes e contra testemunhas, podem sim, tornar-se um espécie de outra Igreja, que olha os outros irmãos na fé como hereges ou cismáticos. Como se precaver da soberba e da obstinação, raiz de todas as heresias e cismas? Primeiramente perceber que nunca sobre a terra houve ou haverá uma Igreja formada de pessoas santas e perfeitas em tudo. Que sempre houve posições teológicas diferentes, embora esta fato não constitua por si motivos para uma separação radical. E jamais ver o próprio grupo ou Movimento como a manifestação da própria Igreja, a parte fiel da mesma que não apostatou...por certo há muitas pessoas verdadeiramente católicas,de reta intenção, mesmo que não estejam conscientes da crise de Igreja e estejam fora do âmbito do grupo de fies, que só desejam maior zelo e fidelidade à doutrina católica. A melhor forma de apostolado é o testemunho de uma vida santa, manifestando plenamente a doutrina católica, mas na caridade e na humildade. E não enxergar unicamente os defeitos de pessoas da Igreja e de seus novos movimentos, mas procurar encontrar as reais e verdadeiras intenções de seus membros e esclarecê-los, ajuda-los a amar mais ainda a Igreja. Intensificar uma vida de oração e sincera humildade para conseguir permanecer fiel na Igreja. Continuar na Igreja amando-a como verdadeira mãe, apesar das limitações de seus filhos, principalmente dos defeitos de seus lideres. Ter diante de si o exemplo dos verdadeiros reformadores. Um São Francisco de Assis que reformou a Igreja sem denuncias, sem rancor, sem querer impor a todos a sua forma de vida ou sem o fechamento sobre si mesmo, como se fossem os unicos fieis, mas com amor verdadeiro à Santa Igreja nunca querendo ser o resto salvo da impureza do mundo e da própria Igreja. Apenas pediu para viver o Evangelho na radicalidade da pobreza voluntária dos primeiros cristãos; como um Santo Inácio de Loyola no zelo missionário, no fervor em anunciar a todos Cristo e a Igreja e com o empenho de um São Vicente de Paulo, que reformou o clero sem alarde, mas na perseverança e confiança em Deus. O Maligno é ardiloso. Sabe nossos pontos fracos e se nos deixarmos levar pela soberba, conduzirá todos os que em nome do amor à Igreja, e que sofrem com suas imperfeições presentes em seus membros a um novo cisma, a uma nova heresia. Permencer fiel à doutrina e ter sempre presente que os irmãos catolicos sejam eles padres, religiosos ou leigos são todos também pecadores tais e quais qualquer um de nós; anunciar a verdade só na caridade e na humildade. Na sincera humildade que sabe se reconhecer não como a Igreja ou os salvadores da Igreja, porem apenas como seus filhos, que a amam e a servem apesar de tudo...eis o que é preciso pedir com fervor em todas as nossas orações. Como disse São Paulo, em tudo prevaleça a caridade.
quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
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Ótimo!
ResponderExcluirÉ lamentável que tantos tradicionalistas sejam pegos pelo orgulho de caçadores de heresias. Por isso, o conhecimento da doutrina deve ser equilibrado com práticas de obras de caridade, penitência e oração contemplativa para não cairem no farisaísmo(os tradicionalistas recitam seus terços com uma velocidade digna de um radialista narrador de um jogo de futebol - louvor muitas vezes só de lábios).