sábado, 6 de julho de 2013

A REALEZA DE CRISTO



III—Função da realeza de Cristo
Jesus Cristo exerce a Sua realeza de harmonia com a natureza do Seu reino.
O reino de Jesus Cristo tem as seguintes características:
Reino espiritual. — Jesus Cristo afirma diante de Pilatos que o Seu reino não é deste mundo. A Sua realeza é espiritual, visa primeiramente não o bem temporal dos súbditos, mas o bem espiritual; quer mesmo que o bem temporal, fim imediato das soberanias terrenas, seja considerado não como fim último, mas como meio intermediário e útil para alcançar os bens eternos. — A realeza de Cristo é ainda espiritual porque os meios de que se serve para exercer a sua ação são espirituais ou espiri­tualizados.Reino de verdade. — Ele diz falando de Si mesmo: «Eu sou a verdade; eu não nasci e não vim ao mundo senão para dar testemunho da verdade, para a fazer triunfar sobre a terra; todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. (Jo. XVIII, 37).
Reino de vida. — Este diz ainda: «eu vim para que os homens tenham vida e uma vida abundante:» Sofre, agoniza e morre para que os homens tenham a vida eterna.Reino de santidade — A encarnação aproximou-O de nós, a Redenção elevou nos até Ele pela santidade que nos comunicou e que fez de nós membros do seu Corpo místico.Reino de graça. — Pelos méritos da Sua Paixão e Morte recebemos o Espírito Santo com a abundância dos Seus dons. «Dessa plenitude todos nós recebemos».
Reino de amor. — A realeza de Cristo é uma realeza de amor porque o amor é o termo de tudo em Cristo. É para o amor que tendem todas as leis de Cristo-Rei; é ao amor mais perfeito que tendem os conselhos evangélicos. E é no Céu, que é o reino de Cristo, onde o amor atinge a plenitude da perfeição. A realeza de Cristo é uma realeza de amor porque n’Ele o amor não é somente o termo mas ainda o meio. Jesus Cristo quis-nos conquistar para Ele pelo amor. Manifesta o Seu amor na Encarnação, na Sua vida oculta, na Sua vida pública, na Sua doutrina, nos Seus milagres, na instituição da Eucaristia, na Sua divina misericórdia para com os pecadores, na Sua Paixão e Morte.
Reino de justiça. — Neste mundo exerce pouco o Seu poder coercivo. Expulsa os vendilhões do templo, anatematiza os fariseus, anuncia a ruína de Jerusalém; exercerá sobretudo a Sua justiça no dia das sanções definitivas. No dia de juízo final anuncia-se como um rei que julga toda a consciência e toda a vida. (Mat. XXV, 40).
Reino de paz. — O primeiro elemento da paz é a posse de um bem desejado. Deus promete esta paz aos homens de boa vontade. A boa vontade é a que é conforme com a vontade de Deus, que é expressa sobretudo na Sua lei. «Vivem em grande paz aqueles que amam a vossa lei.»O segundo elemento da paz é a posse tranquila do bem desejado. Deus dá esta tranquilidade àqueles que lhe são sempre fiéis. «Bem-aventurado o servo bom e fiel».O terceiro elemento da paz é a posse total do bem desejado. Esta paz e felicidade reserva-a Deus para aqueles que o amam e amarão por toda a eternidade. «Quem a Deus tem nada lhe falta, só Deus lhe basta».
«É a paz de Cristo no reino de Cristo».
Reino universal. — «Foram-lhe dados, em herança, os povos e em partilha o universo inteiro». — «Todos os reis da terra o hão-de adorar e todas as nações lhe estarão sujeitas.» Todo o poder terreno lhe deve, pois, ser submisso e governar segundo os seus princípios divinos. Toda a neutralidade, que pretende ignorá-lo, desconhecê-lo, é uma ofensa, todo o laicismo, que pretende combatê-lo, é um crime.Reino eterno. — O seu reino, dizemos no Credo, não terá fim. «O seu domínio, diz o profeta Daniel, é um domínio eterno, que não terá fim, o seu reino não acabará jamais.» No dia da Ascensão tomou posse do seu reino eterno.
«Ao rei imortal dos séculos todo o louvor e toda a glória».

Constinuação

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